Portuguese Bible – BÍBLIA ON-LINE – Antigo Testamento

[I Reis 1]I.
COMPETIÇÃO PELO PODER

I Reis 1

PARTIDOS EM DISPUTA PELO PODER
1. O rei Davi ficou velho, com idade avançada; por mais que o cobrissem,
ele não conseguia se esquentar.
2. Seus servos então sugeriram: “Busquem uma jovem solteira que dê
assistência e cuide do senhor nosso rei: ela dormirá em seus braços, e o senhor
nosso rei se esquentará”.
3. Então procuraram uma jovem bonita em todo o território de Israel.
Encontraram Abisag, de Sunam, e a levaram para o rei.
4. A jovem era muito bela. Passou a cuidar do rei e a servi-lo. Mas o rei
não teve relações com ela.
5. Enquanto isso, Adonias, filho de Hagit, gabava-se dizendo: “Sou eu que
vou reinar”. Arranjou um carro e cavalos, além de uma escolta de cinqüenta
guardas, que iam na frente dele.
6. Enquanto vivia, seu pai nunca o repreendeu, perguntando: “Por que você
faz isso?” Adonias também era muito bonito, mais jovem do que Absalão.
7. Ele entrou em acordo com Joab, filho de Sárvia, e com o sacerdote
Abiatar, que aderiram ao partido de Adonias.
8. Por outro lado, o sacerdote Sadoc, Banaías, filho de Joiada, o profeta
Natã, Semei e Reí, bem como os valentes de Davi, não estavam do lado de Adonias.

9. Certa vez, Adonias imolou ovelhas, bois e bezerros gordos junto à
Pedra-que-escorrega, perto da fonte do Pisoeiro. Convidou todos os seus irmãos,
os filhos do rei, e todos os homens de Judá que estavam a serviço do rei.
10. Mas não convidou o profeta Natã, nem Banaías, nem os valentes de
Davi, nem o seu próprio irmão Salomão.

VITÓRIA DO PARTIDO DE SALOMÃO
11. Natã disse então a Betsabéia, mãe de Salomão: “Você não ficou sabendo
que Adonias, filho de Hagit, se proclamou rei, sem nosso senhor Davi saber?
12. Veja bem: agora eu vou lhe dar um conselho, para que você salve sua
vida e a do seu filho Salomão.
13. Vá ao rei Davi e diga: ‘O senhor meu rei jurou à sua serva, dizendo:
Seu filho Salomão reinará depois de mim e sentará em meu trono. Então, por que é
que Adonias se proclamou rei?’
14. Enquanto você estiver falando com o rei, eu entrarei depois de você,
e confirmarei o que você estiver falando”.
15. Betsabéia apresentou-se ao rei, no quarto. O rei estava muito velho,
e Abisag, de Sunam, o servia.
16. Betsabéia se ajoelhou e se prostrou diante do rei. E o rei lhe
perguntou: “O que você quer?”
17. Betsabéia respondeu: “O senhor jurou à sua serva, por Javé seu Deus:
Quem vai reinar depois de mim e sentar-se em meu trono é o seu filho Salomão.

18. Ora, acontece que Adonias já se proclamou rei, e o senhor meu rei nem
está sabendo.
19. Ele imolou muitos bois, bezerros gordos e ovelhas, e convidou todos
os filhos do rei, o sacerdote Abiatar e Joab, chefe do exército, mas não
convidou o seu servo Salomão.
20. Senhor meu rei, é para o senhor que todo o Israel se dirige, a fim de
lhe anunciar quem vai sentar-se no trono depois do senhor meu rei.
21. Caso contrário, quando o senhor meu rei estiver repousando com seus
antepassados, eu e meu filho Salomão seremos considerados como usurpadores”.
22. Betsabéia ainda estava falando com o rei, quando chegou o profeta
Natã.
23. E anunciaram ao rei: “O profeta Natã está aqui”. Então Natã se
apresentou ao rei, prostrou-se diante dele com o rosto por terra,
24. e disse: “Senhor meu rei, por acaso o senhor disse: ‘Adonias é quem
vai reinar depois de mim e sentar-se no meu trono’?
25. Pois bem: hoje ele foi imolar muitos bois, bezerros gordos e ovelhas.
Convidou todos os filhos do rei, os oficiais do exército e o sacerdote Abiatar.
Todos estão comendo e bebendo com ele, e aclamando: Viva o rei Adonias!
26. Mas ele não convidou este seu servo, nem o sacerdote Sadoc, nem
Banaías, filho de Joiada, nem seu servo Salomão.
27. Será que foi o senhor meu rei quem ordenou isso? Por que o senhor não
informou a seus servos quem iria suceder no trono ao senhor meu rei?”
28. Então o rei Davi respondeu: “Chamem Betsabéia aqui”. E Betsabéia se
apresentou ao rei e ficou de pé.
29. Então o rei jurou: “Pela vida de Javé, que me livrou de todos os
perigos,
30. eu jurei a você por Javé, o Deus de Israel: Quem vai reinar depois de
mim e sentar-se em meu trono, é o seu filho Salomão. Pois bem: hoje mesmo eu vou
cumprir isso”.
31. Betsabéia se ajoelhou com o rosto por terra, prostrou-se diante do
rei e disse: “Viva o rei Davi, meu senhor, para sempre!”
32. Então o rei Davi ordenou: “Chamem o sacerdote Sadoc, o profeta Natã e
Banaías, filho de Joiada”. Eles se apresentaram,
33. e o rei lhes disse: “Peguem com vocês os oficiais do rei. Façam o meu
filho Salomão montar em minha própria mula, e desçam com ele até Gion.
34. Aí o sacerdote Sadoc e o profeta Natã o ungirão rei de Israel, e
vocês tocarão a trombeta, aclamando: Viva o rei Salomão!
35. Depois subam atrás dele. Quando ele chegar, se assentará em meu trono
e reinará em meu lugar, pois é a ele que eu nomeio chefe de Israel e de Judá”.

36. Banaías, filho de Joiada, respondeu ao rei: “Amém! Javé, Deus do meu
senhor, confirme a ordem do rei.
37. Javé esteja com Salomão, assim como esteve com o senhor meu rei, e
torne o trono de Salomão mais glorioso do que o trono do rei Davi, meu senhor”.

38. Então o sacerdote Sadoc, o profeta Natã, Banaías, filho de Joiada, os
cereteus e os feleteus, desceram até Gion, levando Salomão, que ia montado na
mula do rei Davi.
39. O sacerdote Sadoc pegou na tenda o chifre de óleo e ungiu Salomão.
Depois tocaram a trombeta. E todos aclamaram: “Viva o rei Salomão!”
40. Em seguida, todo o povo subiu atrás de Salomão, tocando flautas e
fazendo tamanho barulho, que a terra se fendia com os gritos.

ADONIAS FICA SÓ
41. Adonias e seus convidados estavam acabando de comer, quando ouviram o
barulho. Joab escutou o toque da trombeta e perguntou: “Por que esse barulho e
essa algazarra na cidade?”
41. Ele estava acabando de perguntar, quando chegou Jônatas, filho do
sacerdote Abiatar. E Adonias disse: “Entre, pois você é uma pessoa honesta, e
certamente traz boas notícias”.
43. Jônatas respondeu: “Infelizmente não! O senhor nosso rei Davi acaba
de proclamar Salomão rei!
44. E com ele o rei mandou o sacerdote Sadoc, o profeta Natã, Banaías,
filho de Joiada, e também os cereteus e feleteus, que o fizeram montar na mula
do rei.
45. Depois o sacerdote Sadoc e o profeta Natã ungiram Salomão rei em
Gion, e subiram alegres daí. A cidade está em festa. É esse o barulho que vocês
estão ouvindo.
46. Salomão já está sentado no trono real,
47. e os oficiais do rei já foram cumprimentar Davi, nosso rei e senhor,
dizendo: ‘Que o seu Deus torne o nome de Salomão mais famoso que o seu, e
engrandeça o trono dele mais que o seu’ “. Então o rei se prostrou na cama,
48. e falou: “Seja bendito Javé, o Deus de Israel! Porque hoje ele
colocou alguém assentado no meu trono, e eu pude ver!”
49. Os convidados de Adonias ficaram apavorados, se levantaram e se
dispersaram.
50. Adonias, com medo de Salomão, levantou-se e foi se agarrar às pontas
do altar.
51. E informaram Salomão: “Adonias ficou com medo de você e está agarrado
às pontas do altar, suplicando: ‘Que o rei Salomão jure hoje para mim que não
mandará matar seu servo a fio de espada’ “.
52. Salomão disse: “Se ele se comportar honestamente, não cairá por terra
nem mesmo um só fio de seus cabelos; mas, se for pego maquinando traição, ele
morrerá”.
53. E o rei Salomão enviou gente para fazer Adonias descer do altar.
Adonias foi e prostrou-se diante do rei Salomão, que lhe disse: “Vá para casa”.

[I Reis 2]I Reis 2

AUTORIDADE E LEI A SERVIÇO DO POVO
1. Aproximando-se o dia de sua morte, Davi ordenou a seu filho Salomão:

2. “Eu vou seguir o caminho de todos os mortais. Seja forte e comporte-se
como homem.
3. Cumpra as ordens de Javé seu Deus, andando pelos caminhos dele e
observando seus estatutos, mandamentos, normas e testemunhos, como estão
escritos na lei de Moisés, para que você tenha sucesso em tudo o que fizer e
projetar.
4. Então Javé cumprirá o que ele me prometeu: ‘Se os seus filhos
mantiverem boa conduta e forem leais comigo, de todo o coração e de toda a alma,
nunca faltará alguém de sua família no trono de Israel’.
5. Por outro lado, você sabe o que me fez Joab, filho de Sárvia: ele
matou Abner, filho de Ner, e Amasa, filho de Jeter, os dois chefes do exército
de Israel. Em tempo de paz, ele vingou o sangue derramado na guerra, manchando
assim de sangue inocente o cinturão de meus rins e a sandália de meus pés.
6. Portanto, aja com sabedoria, mas não deixe que os cabelos brancos dele
desçam em paz para a morada dos mortos.
7. Quanto aos filhos de Berzelai, o galaadita, trate-os com lealdade. Que
estejam sempre entre os que comem à sua mesa, porque eles também foram leais
comigo e me ajudaram quando eu fugia do seu irmão Absalão.
8. Também está aí Semei, filho de Gera, o benjaminita de Baurim. Ele me
amaldiçoou com violência no dia da minha partida para Maanaim. No entanto, ele
desceu ao meu encontro no Jordão. Por isso eu jurei por Javé que não o mataria a
fio de espada.
9. Agora, não o deixe impune: você é sábio e saberá o que fazer para que
os cabelos brancos dele desçam com sangue à morada dos mortos”.
10. Davi repousou com seus antepassados e foi enterrado na Cidade de
Davi.
11. Davi foi rei em Israel durante quarenta anos; reinou sete anos em
Hebron, e trinta e três anos em Jerusalém.

SALOMÃO LIVRA-SE DO CONCORRENTE
12. Salomão sucedeu no trono a seu pai Davi, e seu reinado se consolidou.

13. Adonias, filho de Hagit, foi conversar com Betsabéia, mãe de Salomão.
Ela perguntou: “A sua visita é de paz?” Ele respondeu: “Sim, é de paz”.
14. E continuou: “Eu desejo pedir-lhe uma coisa”. Ela disse: “O que é que
você quer?”
15. Então Adonias disse: “Você sabe muito bem que a realeza me pertencia
e que todo o Israel esperava que eu fosse rei, mas a realeza me escapou e foi
dada a meu irmão, porque Javé a tinha destinado a ele.
16. Agora lhe peço um favor. Não me recuse”. Betsabéia respondeu: “Pode
falar”.
17. Adonias continuou: “Por favor, peça ao rei Salomão que me dê Abisag
de Sunam como esposa. Ele não negará nada a você”.
18. Betsabéia respondeu: “Está bem. Vou falar com o rei sobre o assunto”.

19. Betsabéia foi ao rei Salomão para lhe falar sobre Adonias. O rei se
levantou para recebê-la e se inclinou diante dela. Depois se assentou no trono,
mandou trazer um trono para a sua mãe, e Betsabéia se sentou à sua direita.
20. Então Betsabéia disse: “Vou pedir-lhe um pequeno favor. Não o negue a
mim”. Salomão respondeu: “Pode pedir, mãe. Não lhe negarei”.
21. Ela continuou: “Dê Abisag de Sunam como esposa para seu irmão
Adonias”.
22. Mas o rei Salomão respondeu: “E por que você pede Abisag de Sunam
para Adonias? Você podia pedir para ele a coroa! Afinal, ele é meu irmão mais
velho, e tem do seu lado o sacerdote Abiatar e Joab, filho de Sárvia!”
23. Em seguida, o rei Salomão jurou por Javé: “Que Deus me castigue, se
Adonias não pagar com a própria vida pelo pedido que fez.
24. Pela vida de Javé, que me fez sentar firmemente no trono de meu pai
Davi e que lhe deu uma dinastia como havia prometido, hoje mesmo Adonias será
morto”.
25. Então o rei Salomão deu uma ordem, e Banaías, filho de Joiada, matou
Adonias.

SALOMÃO CONSOLIDA SEU PODER
26. Salomão disse ao sacerdote Abiatar: “Vá para a sua propriedade em
Anatot. Você merece a morte, mas não vou matá-lo hoje, porque você carregou a
arca de Javé diante de meu pai Davi e partilhou dos sofrimentos dele”.
27. Desse modo, Salomão excluiu Abiatar do sacerdócio de Javé, cumprindo
a profecia de Javé feita em Silo, contra a família de Eli.
28. Quando essa notícia chegou a Joab, que tinha apoiado Adonias, embora
não tivesse apoiado Absalão, ele se refugiou na tenda de Javé e se agarrou às
pontas do altar.
29. Quando avisaram o rei Salomão que Joab se havia refugiado na tenda de
Javé e que estava junto do altar, Salomão mandou dizer a Joab: “O que é que
aconteceu? Por que você se refugia junto do altar?” Joab respondeu: “Fiquei com
medo de você e me refugiei junto de Javé”. Então Salomão ordenou a Banaías,
filho de Joiada: “Vá matá-lo”.
30. Banaías foi à tenda de Javé e disse a Joab: “O rei manda que você
saia”. Joab respondeu: “Não. Quero morrer aqui”. Banaías levou a resposta de
Joab para o rei,
31. e este ordenou: “Pois faça como ele quer. Mate e enterre. Desse modo,
você tirará de cima de mim e de minha família o sangue inocente que Joab
derramou.
32. Javé faça recair o sangue dele sobre sua cabeça, por ter matado dois
homens mais justos e melhores do que ele, sem que meu pai Davi soubesse, Abner,
filho de Ner, chefe do exército de Israel, e Amasa, filho de Jeter, chefe do
exército de Judá.
33. Que o sangue desses homens caia sobre a cabeça de Joab e de sua
descendência para sempre. Que Davi e sua descendência, sua família e seu trono
gozem sempre da paz de Javé”.
34. Banaías, filho de Joiada, foi, matou Joab, e depois o enterrou na
própria casa de Joab, no deserto.
35. Em lugar de Joab, o rei colocou Banaías, filho de Joiada, como chefe
do exército; e em lugar de Abiatar, colocou o sacerdote Sadoc.
36. O rei mandou chamar Semei e lhe disse: “Construa uma casa em
Jerusalém e fique morando nela. Não saia para nenhum lugar.
37. No dia em que você sair e atravessar o riacho do Cedron, você com
certeza morrerá. A responsabilidade é sua”.
38. Semei respondeu: “Está bem. Seu servo vai fazer o que o senhor meu
rei ordenou”. E Semei ficou muito tempo vivendo em Jerusalém.
39. No entanto, três anos depois, dois escravos de Semei fugiram e foram
até Aquis, filho de Maaca, rei de Gat. E avisaram a Semei: “Seus escravos estão
em Gat”.
40. Então Semei selou o jumento e foi para a casa de Aquis, em Gat,
procurar seus escravos. Foi a Gat e trouxe os escravos de volta.
41. Mas informaram Salomão que Semei tinha ido de Jerusalém para Gat e já
tinha voltado.
42. O rei mandou chamar Semei e lhe disse: “Não fiz você jurar por Javé,
e não o avisei que no dia em que você saísse para qualquer lugar, você com
certeza morreria? Você me disse que estava de acordo.
43. Por que você não cumpriu o que jurou por Javé e a ordem que dei a
você?”
44. E o rei acrescentou: “Você sabe muito bem todo o mal que fez para o
meu pai Davi. Javé faça recair essa maldade sobre sua própria cabeça.
45. E bendito seja o rei Salomão, e que o trono de Davi permaneça diante
de Javé para sempre”.
46. Então o rei deu uma ordem a Banaías, filho de Joiada, que saiu e
matou Semei. E assim a realeza se consolidou nas mãos de Salomão.

[I Reis 3]II. SALOMÃO: DA SABEDORIA À
LOUCURA

1. UM REI SÁBIO

I Reis 3

ALIANÇA AMBÍGUA
1. Salomão se tornou genro do Faraó, rei do Egito; casou-se com a filha
do Faraó, e a levou para a Cidade de Davi, até que acabasse de construir o seu
próprio palácio, o Templo de Javé e a muralha ao redor de Jerusalém.
2. Entretanto, o povo oferecia sacrifícios nos lugares altos, porque
ainda não tinha sido construído o Templo para o nome de Javé.
3. Salomão amava Javé, de modo que seguia os preceitos de seu pai Davi.
Entretanto, oferecia sacrifícios e incenso nos lugares altos.

PARA GOVERNAR É PRECISO OUVIR
4. O rei foi a Gabaon para oferecer sacrifícios, porque esse lugar alto
era o mais importante de todos. E Salomão ofereceu mil holocaustos sobre esse
altar.
5. Em Gabaon, durante a noite, Javé apareceu em sonhos a Salomão. Deus
lhe disse: “Peça. O que lhe posso dar?”
6. Salomão respondeu: “Tu demonstraste grande amor para com o teu servo
Davi, meu pai, porque, diante de ti, ele caminhou na fidelidade, na justiça e na
retidão de coração para contigo. Tu guardaste para com ele esse grande amor e
lhe deste um filho que hoje se assenta no trono dele.
7. Agora, Javé meu Deus, és tu que fazes teu servo reinar no lugar de meu
pai Davi. Eu sou bem jovem e não sei como governar.
8. O teu servo se encontra no meio do teu povo que escolheste, povo
numeroso que não se pode contar nem calcular, de tão grande que é.
9. Ensina-me a ouvir, para que eu saiba governar o teu povo e discernir
entre o bem e o mal. Pois quem poderia governar esse teu povo tão numeroso?”
10. Agradou ao Senhor que Salomão tivesse pedido essas coisas.
11. Então Deus disse para ele: “Porque você pediu isso, e não vida longa
para você, nem riquezas, nem a morte de seus inimigos, mas discernimento para
ouvir e julgar,
12. eu farei o que você pediu. Darei a você mente sábia e inteligente,
como ninguém teve antes de você e ninguém terá depois.
13. Eu lhe darei também o que você não pediu: riqueza e fama, de modo que
não haverá nenhum rei que se iguale a você, durante toda a sua vida.
14. E se você andar nos meus caminhos, observando meus estatutos e
mandamentos, como fez o seu pai Davi, eu lhe darei vida longa”.
15. Então Salomão acordou e percebeu que tudo isso tinha sido um sonho.
Foi para Jerusalém e ficou diante da arca de Javé. Em seguida, ofereceu
holocaustos, sacrifícios de comunhão e deu para toda a sua corte um banquete.

OUVIR PARA FAZER JUSTIÇA
16. Duas prostitutas foram até o rei e se apresentaram.
17. Uma das mulheres disse: “Meu senhor, eu e esta mulher moramos na
mesma casa. Eu tive um filho.
18. Três dias depois que dei à luz, ela também teve uma criança. Não
havia mais ninguém conosco. Nós estávamos sozinhas na casa.
19. Aconteceu que certa noite essa mulher se deitou sobre o próprio
filho, e ele morreu.
20. Ela se levantou durante a noite e, enquanto eu dormia, pegou o meu
filho que estava junto comigo, e o colocou ao lado dela. Depois, colocou do meu
lado o seu filho morto.
21. Quando acordei de manhã, para dar de mamar ao meu filho, vi que
estava morto. Olhei bem e notei que não era o filho que eu tinha dado à luz”.

22. A outra mulher retrucou: “Não é verdade! O meu filho está vivo. É o
dela que morreu”. A primeira contestou: “É mentira! Seu filho está morto e o meu
está vivo”. E começaram a discutir diante do rei.
23. Então o rei interveio: “Uma diz: ‘Meu filho está vivo e o seu está
morto’. A outra diz: ‘Mentira! Seu filho está morto e o meu está vivo’ “.
24. Então o rei ordenou: “Tragam uma espada”. E levaram uma espada.
25. O rei disse: “Cortem o menino vivo em duas partes e dêem metade para
cada uma”.
26. Então a mãe do menino vivo sentiu as entranhas se comoverem pelo
filho, e suplicou: “Meu senhor, dê a ela o menino vivo. Não o mate”. A outra,
porém, dizia: “Nem para mim, nem para você. Dividam o menino pelo meio”.
27. Então o rei deu a sentença: “Entreguem o menino vivo à primeira
mulher. Não o matem. Ela é a sua mãe”.
28. Todo o Israel ficou sabendo da sentença que o rei tinha dado. E o
respeitavam, pois viram que ele possuía sabedoria divina para fazer justiça.

[I Reis 4]I Reis 4

AUMENTA A BUROCRACIA
1. O rei Salo mão reinava sobre todo o Israel.
2. E estes eram os principais membros do seu governo: Azarias, filho de
Sadoc, sacerdote.
3. Eliaf e Aías, filhos de Sisa, secretários. Josafá, filho de Ailud,
porta-voz.
4. Banaías, filho de Joiada, chefe do exército.
5. Azarias, filho de Natã, chefe dos prefeitos. Zabud, filho de Natã,
conselheiro particular do rei.
6. Aisar, prefeito do palácio. Eliab, filho de Joab, chefe do exército.
Adoniram, filho de Abda, chefe dos trabalhos forçados.

CONSOLIDAÇÃO DO SISTEMA TRIBUTÁRIO
7. Salomão tinha doze prefeitos em todo o Israel. Cada um devia prover o
palácio real durante um mês do ano.
8. Os nomes deles eram: um filho de Hur, na região montanhosa de Efraim.

9. Um filho de Decar, em Maces, Salebim, Bet-Sames, Aialon e Bet-Hanã.

10. Um filho de Hesed, em Arubot; também estavam sob sua jurisdição Soco
e todo o território de Héfer.
11. Um filho de Abinadab, casado com Tabaat, filha de Salomão, em todo o
distrito de Dor.
12. Baana, filho de Ailud, em Tanac e Meguido, até além de Jecmam, e todo
o território de Betsã, abaixo de Jezrael, desde Betsã até Bet-Meúla, perto de
Sartã.
13. Um filho de Gaber, em Ramot de Galaad; também entraram em sua
jurisdição as aldeias de Jair, filho de Manassés, que estão em Galaad, e a
região de Argob em Basã: sessenta cidades com muralhas e trancas de bronze.
14. Ainadab, filho de Ado, em Maanaim.
15. Aquimaás, em Neftali; ele também se casou com uma filha de Salomão
chamada Basemat.
16. Baana, filho de Husi, em Aser e nos rochedos.
17. Josafá, filho de Farué, em Isaacar.
18. Semei, filho de Ela, em Benjamim.
19. Gaber, filho de Uri, na região de Gad, terra de Seon, rei dos
amorreus, e de Og, rei de Basã. Além desses, havia um prefeito para o território
de Judá.
20. A população de Judá e Israel era numerosa como a areia da praia. E
todos comiam, bebiam e viviam felizes.

[I Reis 5]I Reis 5

O POVO A SERVIÇO DO REI
1. Salomão tinha poder sobre todos os reinos, desde o rio Eufrates até a
região filistéia e a fronteira do Egito. Enquanto viveu, todos lhe pagaram
tributo e obedeceram.
2. Salomão recebia diariamente para o seu gasto treze toneladas e meia de
flor de farinha e vinte e sete toneladas de farinha comum,
3. dez bois cevados, vinte bois de pasto, cem carneiros, além de veados,
gazelas, antílopes e aves de ceva.
4. Isso porque seu poder se estendia até o outro lado do Eufrates, desde
Tafsa até Gaza, sobre todos os reis do outro lado do Rio. E havia paz em todas
as suas fronteiras.
5. Enquanto Salomão viveu, Judá e Israel viveram tranqüilos, cada qual
debaixo de sua vinha e de sua figueira, desde Dã até Bersabéia.
6. Salomão possuía estábulos para quatro mil cavalos de tração e doze mil
cavalos de montaria.
7. Os prefeitos, mencionados acima, providenciavam o sustento de Salomão
e de todos os que comiam às custas do rei, cada prefeito durante um mês, de modo
que nada faltasse.
8. Forneciam também cevada e palha para os cavalos de tração e de
montaria, no lugar onde fosse preciso, cada qual por seu turno.

SABEDORIA DE SALOMÃO
9. Deus concedeu a Salomão sabedoria e inteligência extraordinárias, e
mente aberta como as praias do mar.
10. A sabedoria de Salomão foi maior que a de todos os filhos do Oriente
e maior que toda a sabedoria do Egito.
11. Foi mais sábio que qualquer pessoa: mais que Etã, o ezraíta, e mais
que Emã, Calcol e Darda, filhos de Maol. Sua fama se espalhou por todas as
nações vizinhas.
12. Ele compôs três mil provérbios, e mil e cinco cânticos.
13. Falou sobre plantas, desde o cedro do Líbano até o hissopo que cresce
na parede. Falou também sobre animais, aves, répteis e peixes.
14. De todas as nações vinha gente para ouvir a sabedoria de Salomão.
Vinham também os reis dos países onde se havia espalhado a fama da sua
sabedoria.

2. UM REI CONSTRUTOR

TROCA DE BENS PRIMÁRIOS POR TECNOLOGIA
15. Hiram, rei de Tiro, tinha sido sempre aliado de Davi. Ao saber que
Salomão tinha sucedido ao pai no trono, Hiram enviou uma embaixada a Salomão.

16. E Salomão enviou a seguinte mensagem a Hiram:
17. “Você sabe que meu pai Davi não pôde construir um Templo para o Nome
de Javé seu Deus, por causa das guerras em que se envolveu, até que Javé lhe
submeteu os inimigos debaixo de seus pés.
18. Agora, porém, Javé, meu Deus, me concedeu a paz em todo o território:
não tenho inimigos nem problemas graves.
19. Por isso, resolvi construir um Templo para o Nome de Javé, meu Deus,
de acordo com o que Javé disse a meu pai Davi: ‘O seu filho, que porei no trono
depois de você, construirá um Templo para o meu Nome’.
20. Portanto, mande que cortem cedros do Líbano. Meus operários
trabalharão junto com os seus, e eu pagarei o trabalho de seus operários,
conforme você determinar. Você sabe que entre nós não há ninguém que entenda de
corte de madeira como os sidônios”.
21. Quando Hiram ouviu o pedido de Salomão, ficou cheio de alegria, e
exclamou: “Que hoje seja bendito Javé, pois ele deu a Davi um filho sábio para
governar esse grande povo”.
22. Em resposta, Hiram mandou esta mensagem a Salomão: “Recebi sua
mensagem. Vou atender a seu desejo, mandando-lhe madeira de cedro e cipreste.

23. Meus operários descerão a madeira do Líbano até o mar, e ela seguirá
para o lugar que você me indicar. Então eu a desembarcarei, e você a receberá.
Em troca, você fornecerá víveres para o meu palácio, conforme eu quiser”.
24. Hiram forneceu a Salomão toda a madeira de cedro e cipreste que este
necessitava,
25. e Salomão pagou a Hiram nove mil toneladas de trigo para o sustento
de seu palácio, e nove mil litros de azeite virgem. Era o que Salomão mandava
anualmente para Hiram.
26. Javé concedeu sabedoria a Salomão, conforme lhe havia prometido.
Houve bom entendimento entre Hiram e Salomão, e os dois firmaram uma aliança.

27. O rei Salomão recrutou, em todo o Israel, mão-de-obra para o trabalho
forçado; conseguiu reunir trinta mil operários.
28. Mandou-os para o Líbano em turnos, dez mil a cada mês: passavam um
mês no Líbano e dois meses em casa. Adoniram era o chefe dos trabalhos forçados.

29. Salomão tinha também setenta mil carregadores e oitenta mil
cortadores de pedras nas montanhas,
30. sem contar os capatazes, em número de três mil e trezentos, que
dirigiam os trabalhos dos operários.
31. O rei mandou extrair grandes blocos de pedra escolhida, a fim de
construir os alicerces do templo.
32. Os operários de Salomão, junto com os de Hiram e os giblitas,
cortaram e prepararam a madeira e a pedra para a construção do Templo.

[I Reis 6]I Reis 6

O TEMPLO, CENTRO DA VIDA RELIGIOSA
1. No ano quatrocentos e oitenta depois da saída dos israelitas do Egito,
quarto do reinado de Salomão em Israel, no mês de Ziv, que é o segundo mês,
Salomão começou a construir o Templo de Javé.
2. O Templo de Javé construído por Salomão media trinta metros de
comprimento, dez de largura e quinze de altura.
3. O vestíbulo diante do santuário do Templo tinha dez metros no sentido
da largura do Templo e cinco no sentido do seu comprimento.
4. No Templo, ele fez janelas quadradas com grades.
5. Encostado à parede do Templo, construiu um anexo rodeando o santuário
e o Santíssimo, com pisos, e fez aposentos laterais ao redor.
6. De largura, o andar térreo tinha dois metros e meio; o intermediário,
três metros; e o terceiro, três metros e meio. É que ele tinha feito, do lado de
fora, saliências em torno do Templo, de modo que as vigas não ficavam presas nas
paredes do Templo.
7. E o Templo foi construído com pedras já talhadas, de modo que durante
sua construção não se ouviu barulho de martelo, de cinzel ou de qualquer outro
instrumento de ferro.
8. A entrada para o andar inferior ficava no canto direito do Templo e,
por meio de escadas em caracol, subia-se para o andar do meio, e deste para o
andar superior.
9. Salomão terminou a construção do Templo, cobrindo-o com teto de
pranchões de cedro.
10. Fez uma galeria anexa a todo o Templo, com dois metros e meio de
altura, unida ao Templo por vigas de cedro.
11. Então Javé disse a Salomão:
12. “Quanto a essa casa que você está construindo, se você se comportar
de acordo com os meus estatutos, e observar minhas normas e seguir meus
mandamentos, eu cumprirei em seu favor a promessa que fiz a seu pai Davi:
13. habitarei entre os israelitas e não abandonarei o meu povo Israel”.

14. Quando Salomão terminou as obras do Templo,
15. forrou o lado interno das paredes com placas de cedro, desde o chão
até as vigas do teto; revestiu as paredes internas com madeira e cobriu o chão
com tábuas de cipreste.
16. Recobriu com tábuas de cedro os dez metros, a partir do fundo do
Templo, desde o chão até as vigas, e separou-os do templo para formar o
Santíssimo.
17. O Templo, isto é, o santuário diante do Santíssimo, media vinte
metros.
18. O cedro do interior do Templo era esculpido com flores e festões;
tudo era de cedro e não se via pedra nenhuma.
19. Salomão construiu o Santíssimo no fundo do Templo, para aí colocar a
arca da aliança de Javé.
20. O Santíssimo tinha dez metros de comprimento, dez metros de largura e
dez de altura; e ele o revestiu de ouro puríssimo. Fez um altar de cedro
21. diante do Santíssimo, e o revestiu de ouro.
22. Revestiu de ouro o Templo inteiro, que ficou totalmente coberto de
ouro.
23. Para o Santíssimo, Salomão fez dois querubins de oliveira selvagem,
cada um com cinco metros de altura.
24. Cada asa do querubim media dois metros e meio, de modo que a
distância era de cinco metros de uma ponta à outra das asas.
25. O segundo querubim também media cinco metros. Os dois tinham o mesmo
tamanho e o mesmo formato.
26. Os dois querubins mediam cinco metros de altura cada um.
27. Os querubins foram colocados no meio da sala interior. Eles tinham as
asas estendidas, de modo que a asa de um tocava uma parede, e a asa do outro
tocava a outra parede, e as asas de ambos tocavam uma na outra, no meio da sala.

28. Os querubins foram revestidos de ouro.
29. Salomão mandou esculpir figuras de querubins, palmeiras e flores ao
redor de todas as paredes do Templo, tanto por fora como por dentro,
30. e mandou cobrir de ouro o piso interior e exterior do Templo.
31. Salomão mandou fazer a porta do Santíssimo com vigas de oliveira
selvagem. O enquadramento da porta tinha cinco ângulos,
32. e os dois batentes eram de oliveira selvagem. Nos batentes foram
esculpidas figuras de querubins, palmeiras e flores, tudo recoberto de ouro.
Salomão mandou recobrir de ouro os querubins e as palmeiras.
33. Também mandou fazer as portas do santuário com vigas de oliveira
selvagem, com enquadramento de quatro ângulos.
34. Os dois batentes das portas eram de cipreste, com painéis giratórios
em cada batente.
35. Nos batentes foram esculpidos querubins, palmeiras e flores,
revestidos de ouro ajustado sobre a escultura.
36. Salomão mandou ainda construir o muro do pátio interior com três
fileiras de pedra talhada e uma fileira de vigas de cedro.
37. No quarto ano, no mês de Ziv, foram lançados os alicerces do Templo.
E no décimo primeiro ano, no mês de Bul, o oitavo mês, o Templo ficou concluído
em todas as suas partes, conforme o projeto. Salomão levou sete anos para
construir o Templo.

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[I Reis 7]I Reis 7

O PALÁCIO DE SALOMÃO
1. Salomão levou treze anos para construir seu palácio e deixá-lo
completamente pronto.
2. Construiu a Casa da Floresta do Líbano, que tinha cinqüenta metros de
comprimento, vinte e cinco de largura e quinze de altura. Ela foi construída
sobre quatro fileiras de colunas de cedro, com vigas de cedro sobre as colunas.

3. Sobre as vigas sustentadas pelas colunas, foi feito um revestimento de
cedro.
4. Havia três fileiras de janelas, quarenta e cinco ao todo; ficavam
quinze em cada fileira, cada uma na frente das outras, de três em três.
5. Todas as portas e janelas tinham enquadramento retangular e ficavam
umas na frente das outras, de três em três.
6. Salomão construiu o pórtico das colunas com vinte e cinco metros de
comprimento e quinze de largura. Além disso, fez um vestíbulo diante das
colunas, com uma varanda na frente.
7. Fez o salão do trono ou da audiência, onde administrava a justiça; era
revestido de cedro desde o piso até o teto.
8. Sua residência pessoal, em outro pátio atrás do pórtico, era do mesmo
estilo. Salomão fez também outro palácio, parecido com esse pórtico, para a
filha do Faraó, com quem se havia casado.
9. Desde o alicerce até as vigas do teto, todas as construções foram
feitas de pedras escolhidas, cortadas sob medida, serradas por dentro e por
fora, também do lado de fora, até o grande pátio.
10. Os alicerces eram de pedras escolhidas, em blocos de cinco por quatro
metros,
11. e em cima delas pedras especiais, cortadas sob medida, e também
madeira de cedro.
12. O pátio maior tinha três fileiras de pedra talhada e uma fileira de
tábuas de cedro; era semelhante ao pátio interno do templo de Javé e ao
vestíbulo do palácio.

ORNAMENTOS E UTENSÍLIOS DO TEMPLO
13. Salomão mandou chamar Hiram, de Tiro,
14. filho de uma viúva da tribo de Neftali, cujo pai era natural de Tiro.
Hiram trabalhava o bronze, e era dotado de grande habilidade, talento e
inteligência para fazer qualquer trabalho de bronze. Ele se apresentou ao rei
Salomão e executou toda a obra.
15. Fundiu duas colunas de bronze, cada uma com nove metros de altura e
seis de circunferência.
16. Fez dois capitéis de bronze fundido, cada um com dois metros e meio
de altura, e os colocou no alto das colunas.
17. Para enfeitar os capitéis, fez dois trançados em forma de corrente,
um para cada capitel.
18. Depois fez as romãs; havia duas fileiras de romãs em torno de cada
trançado, para cobrir os trançados que ficavam no alto das colunas. Fez o mesmo
com o segundo capitel.
19. Os capitéis, no alto das colunas que estavam no vestíbulo, tinham
forma de flor de lis, medindo dois metros.
20. Além disso, esses capitéis, no alto das duas colunas, no centro que
ficava por trás dos trançados, estavam enfeitados de romãs, colocadas em filas
de duzentas ao redor de cada capitel.
21. Em seguida, Hiram ergueu as colunas diante do vestíbulo do santuário:
ergueu a coluna do lado direito e lhe deu o nome de Firme; depois levantou a
coluna do lado esquerdo e lhe deu o nome de Forte.
22. E assim terminou o trabalho das colunas.
23. Hiram fez ainda o Mar, todo de metal fundido, com cinco metros de
diâmetro. Era redondo, tinha dois metros e meio de altura, e sua circunferência
tinha quinze metros.
24. Por baixo da borda, em todo o redor, havia duas séries de motivos
vegetais, com vinte frutas em cada metro, fundidas numa só peça com o Mar.
25. Este ficava apoiado sobre doze touros, que olhavam três para o norte,
três para o oeste, três para o sul e três para o leste. O Mar se apoiava sobre
esses touros, que estavam com os traseiros voltados para dentro.
26. A espessura do Mar era de oito centímetros, e sua borda tinha a forma
de flor de lis. Sua capacidade era de noventa mil litros.
27. Hiram fez também dez bases de bronze para as bacias: cada uma delas
media dois metros de comprimento, dois de largura e um metro e meio de altura.

28. Elas foram construídas com molduras no meio das travessas.
29. Sobre essas molduras havia leões, touros e querubins, e sobre as
travessas havia um suporte; abaixo dos leões e dos touros, havia grinaldas em
forma de festões.
30. Cada base tinha quatro rodas de bronze, e eixos também de bronze;
seus quatro pés tinham suportes por baixo da bacia; eram de metal fundido e
ficavam além de cada grinalda.
31. Seu encaixe tinha meio metro, a partir do cruzamento dos suportes até
o alto; o encaixe era redondo, em forma de suporte de vaso; tinha setenta e
cinco centímetros; e sobre o encaixe também havia esculturas, mas os painéis
eram quadrangulares, e não redondos.
32. As quatro rodas ficavam acima das travessas. Os eixos das rodas
estavam no pedestal; a altura das rodas era de setenta e cinco centímetros.
33. A forma das rodas era como de roda de carro, com eixos, aros, raios e
cubos, tudo em metal fundido.
34. Havia quatro suportes nos quatro cantos de cada base: a base e seus
suportes formavam uma peça única.
35. Na parte superior da base havia um suporte com vinte e cinco
centímetros de altura, feito de ferro circular; no topo da base havia esteios, e
os painéis formavam uma só peça com a base.
36. Sobre os painéis de cada travessa e sobre as molduras, mandou gravar
querubins, leões e palmeiras dentro dos espaços livres, com grinaldas ao redor.

37. As dez bases foram fundidas com o mesmo molde, idênticas na medida e
na forma.
38. Hiram fez dez bacias de bronze, cada uma com capacidade de mil e
oitocentos litros, e media dois metros. Cada bacia estava montada sobre uma das
dez bases.
39. Colocou cinco dessas bases do lado direito do Templo, e as outras
cinco do lado esquerdo. O Mar foi colocado do lado direito do Templo, a
sudoeste.
40. Hiram fez também os recipientes para cinza, as pás e as bacias para a
aspersão. E terminou tudo o que o rei Salomão tinha encomendado para o Templo de
Javé:
41. as duas colunas; os dois rolos dos capitéis que estavam no alto das
colunas; os dois trançados para cobrir os dois rolos que estavam no alto das
colunas;
42. as quatrocentas romãs para os dois trançados, ficando as romãs de
cada trançado em duas fileiras;
43. as dez bases e as dez bacias;
44. o Mar, com os doze touros;
45. os recipientes para cinza, as pás e as bacias para a aspersão. Hiram
fez em bronze polido todos esses objetos para o rei Salomão, para o Templo de
Javé.
46. Ele os fundiu na planície do Jordão, em terra argilosa, entre Sucot e
Sartã.
47. Não se pôde calcular o peso do bronze, por causa da sua enorme
quantidade.
48. Salomão colocou no Templo de Javé todos os objetos que tinha mandado
fazer: o altar de ouro e a mesa de ouro, com os pães oferecidos a Deus;
49. os candelabros de ouro puro, cinco à direita e cinco à esquerda,
diante do Santíssimo; as flores, as lâmpadas e as tenazes de ouro;
50. as bacias, as facas, as bacias para a aspersão; as taças e os
incensórios de ouro puro; os gonzos de ouro para as portas do Santíssimo e do
santuário.
51. Quando foram terminadas todas as encomendas para o Templo de Javé,
Salomão mandou trazer as ofertas de seu pai Davi – prata, ouro e vasos – e as
colocou no tesouro do Templo de Javé.

[I Reis 8]I Reis 8

DEUS ESTÁ NO MEIO DO POVO
1. Salomão reuniu em Jerusalém os anciãos de Israel, todos os chefes das
tribos e os chefes das famílias israelitas, para transportar, da Cidade de Davi,
que é Sião, a Arca da aliança de Javé.
2. Todos os homens de Israel se reuniram, durante a festa, com o rei
Salomão, no mês de Etanim, que é o sétimo mês.
3. Quando todos os anciãos de Israel chegaram, os sacerdotes carregaram a
Arca
4. e, com a ajuda dos levitas, transportaram também a Tenda da Reunião e
os utensílios sagrados que estavam na Tenda.
5. O rei Salomão, juntamente com toda a comunidade de Israel reunida com
ele diante da Arca, sacrificou tantas ovelhas e bois que não foi possível contar
nem calcular.
6. Os sacerdotes introduziram a Arca da aliança de Javé no seu lugar,
isto é, no recinto do Templo chamado Santíssimo, sob as asas dos querubins.
7. De fato, os querubins estendiam as asas sobre o lugar da Arca,
protegendo a Arca e seus varais.
8. Como os varais eram compridos, quem estava no santuário podia ver as
suas extremidades, mas não dava para ver de fora. Eles estão aí até hoje.
9. Dentro da Arca não havia outra coisa, além das duas tábuas de pedra
que, no Horeb, Moisés aí tinha colocado, quando Javé concluiu a aliança com os
israelitas, quando eles saíram do Egito.
10. Quando os sacerdotes saíram do santuário, a Nuvem encheu o Templo de
Javé,
11. e os sacerdotes não puderam continuar o seu serviço, por causa da
Nuvem: a glória de Javé encheu o Templo.
12. Então Salomão disse: “Javé escolheu habitar a Nuvem escura.
13. Eu construí para ti um Templo, uma casa onde habitarás para sempre”.

DEUS PROTEGE O PODER POLÍTICO?
14. O rei voltou-se e abençoou toda a assembléia de Israel. E todos
permaneceram em pé.
15. Então o rei disse: “Seja bendito Javé, o Deus de Israel, que realizou
com a mão o que a sua boca havia prometido a meu pai Davi:
16. ‘Desde o dia em que tirei do Egito o meu povo Israel, não escolhi
nenhuma cidade dentre todas as tribos de Israel, a fim de construir aí um Templo
para o meu Nome, mas escolhi Davi para governar o meu povo Israel’.
17. Meu pai Davi queria construir aí um Templo para o Nome de Javé, o
Deus de Israel.
18. Javé, porém, disse a meu pai Davi: ‘Você está querendo construir um
Templo para o meu Nome, e faz muito bem querendo isso.
19. Contudo, não é você quem vai construir o Templo, mas o seu filho,
saído de suas entranhas, ele é quem vai construir o Templo para o meu Nome’.
20. E Javé realizou a promessa que havia feito: sucedi a meu pai Davi e
subi ao trono de Israel, como Javé havia prometido, e construí o Templo para o
Nome de Javé, o Deus de Israel.
21. E no Templo eu escolhi um lugar para a Arca, onde se acha a aliança
que Javé fez com nossos antepassados, quando os tirou da terra do Egito”.
22. Salomão ficou em pé diante do altar de Javé, na presença de toda a
assembléia de Israel. Estendeu as mãos para o céu,
23. e disse: “Javé, Deus de Israel, não existe nenhum deus como tu, seja
lá no alto do céu, seja cá embaixo na terra. Tu és fiel à aliança e ao amor para
com teus servos que caminham de todo o coração na tua presença.
24. Cumpriste a promessa que havias feito ao teu servo Davi, meu pai, e o
que prometeste com a boca, hoje realizaste com a mão.
25. Agora, Javé, Deus de Israel, mantém a promessa que fizeste a teu
servo Davi, meu pai: ‘Nunca faltará para você, diante de mim, um descendente no
trono de Israel, contanto que seus filhos saibam se comportar, vivendo de acordo
comigo, assim como você viveu’.
26. Agora, portanto, ó Deus de Israel, confirma a promessa que fizeste a
teu servo Davi, meu pai.
27. Será possível que Deus habite na terra? Se não cabes no céu e no mais
alto dos céus, muito menos neste Templo que construí.
28. Atende à oração e à súplica do teu servo, ó Javé meu Deus! Ouve o
clamor e a prece que teu servo faz hoje diante de ti.
29. Que teus olhos fiquem abertos dia e noite sobre este Templo, sobre
este lugar onde quiseste que teu Nome habitasse. Ouve a prece que teu servo fará
neste lugar”.

CONVERTER-SE PARA TER UMA NOVA HISTÓRIA
30. “Ouve as súplicas do teu servo e do teu povo Israel, quando rezarem
neste lugar. Escuta de tua morada no céu. Escuta e perdoa.
31. Quando alguém pecar contra o seu próximo e, porque lhe tiverem
exigido um juramento imprecatório, vier para jurar diante do teu altar neste
Templo,
32. escuta do céu e age. Julga os teus servos: condena o culpado,
dando-lhe o que merece, e absolve o inocente, tratando-o conforme a justiça
dele.
33. Quando teu povo Israel for derrotado pelo inimigo por ter pecado
contra ti, se ele se converter, confessar-se ao teu Nome, rezar e suplicar a ti
neste Templo,
34. escuta do céu, perdoa o pecado do teu povo Israel, e faze com que ele
volte para a terra que deste a seus antepassados.
35. Quando o céu se fechar e não cair chuva, por terem pecado contra ti,
se eles rezarem neste lugar, se confessarem ao teu Nome e se arrependerem de seu
pecado, porque os afligiste,
36. escuta do céu, perdoa o pecado do teu servo e do teu povo Israel,
mostrando-lhe o bom caminho que devem seguir, e rega com a chuva a terra que
deste como herança ao teu povo.
37. Quando o país sofrer fome, peste, mela e ferrugem; quando vierem
gafanhotos e pulgões; quando o inimigo deste povo cercar uma de suas cidades;
quando acontecer alguma calamidade ou epidemia;
38. seja qual for a oração ou súplica de qualquer um do teu povo Israel,
que sinta remorso de consciência; se ele erguer as mãos para este Templo,
39. escuta do céu onde moras, perdoa e age. Paga a cada um conforme o seu
comportamento, pois conheces o coração; és o único que conhece o coração de
todos.
40. Desse modo, eles te respeitarão, enquanto viverem na terra que deste
aos nossos antepassados.
41. Se o estrangeiro, que não pertence ao teu povo Israel, também vier de
uma terra distante por causa do teu Nome,
42. pois ouvirão falar do teu grande Nome, de tua mão forte e de teu
braço estendido, se ele vier para orar neste Templo,
43. escuta do céu onde moras, e atende a todos os pedidos do estrangeiro.
Assim, todos os povos da terra reconhecerão o teu Nome e temerão a ti, como faz
o teu povo Israel. Eles saberão que o teu Nome é invocado neste Templo que eu
construí.
44. Se o teu povo sair para guerrear contra os inimigos, e se no caminho
em que o mandares ele rezar para ti, voltado para a cidade que escolheste e para
o Templo que construí para o teu Nome,
45. escuta do céu a sua oração e súplica, e faze justiça para ele.
46. Quando os israelitas pecarem contra ti, pois não há ninguém que não
peque, e tu ficares irritado contra eles, entregando-os ao inimigo, e então eles
forem levados como cativos pelos vencedores para uma terra inimiga, distante ou
próxima;
47. se nessa terra onde estiverem cativos, eles caírem em si e, na terra
dos vencedores, suplicarem: ‘Nós pecamos, agimos mal e nos pervertemos’;
48. se eles se voltarem para ti de todo o coração e de toda a alma, na
terra em que os inimigos os tiverem exilado; se rezarem a ti voltados para a
terra que deste aos seus antepassados, para a cidade que escolheste e para o
Templo que construí para o teu Nome,
49. escuta do céu onde moras, escuta a oração e súplica deles, e faze
justiça para com eles.
50. Perdoa ao teu povo que pecou contra ti, perdoa todas as suas revoltas
contra ti, e faze que ele encontre a benevolência dos vencedores, e que estes
usem de compaixão para com ele,
51. porque é o teu povo e a tua herança, que tiraste do Egito, do meio da
fornalha de ferro.
52. Que teus olhos estejam abertos para as súplicas do teu servo e do teu
povo Israel, para ouvires todos os pedidos que eles fizerem a ti.
53. De fato, Senhor Javé, tu os separaste como tua herança entre todos os
povos da terra, como disseste através de teu servo Moisés, quando tiraste do
Egito os nossos antepassados!”
54. Quando Salomão acabou de dirigir a Javé toda essa oração e súplica,
levantou-se diante do altar de Javé, no lugar em que estava ajoelhado e de mãos
erguidas para o céu.
55. Ficou em pé e abençoou toda a assembléia de Israel em voz alta:
56. “Javé seja bendito! Ele concedeu descanso para o seu povo Israel,
conforme havia prometido. Não falhou nenhuma das boas promessas que tinha feito
através do seu servo Moisés.
57. Javé nosso Deus esteja conosco, assim como esteve com nossos
antepassados. Que ele não nos abandone, nem nos rejeite.
58. Que ele faça nossos corações se voltarem para ele, a fim de andarmos
em seus caminhos e obedecermos aos seus mandamentos, estatutos e normas, que ele
ordenou aos nossos antepassados.
59. Que essas súplicas por mim dirigidas a Javé estejam dia e noite
presentes diante de Javé, o nosso Deus, para que ele faça justiça ao seu servo e
ao seu povo Israel, conforme as necessidades de cada dia.
60. Assim, todos os povos da terra saberão que só Javé é Deus e que não
há nenhum outro.
61. Que o coração de vocês seja íntegro para com Javé nosso Deus,
observando seus estatutos e obedecendo aos seus mandamentos, como vocês fazem
hoje”.
62. O rei, junto com todo o Israel, ofereceu sacrifícios diante de Javé.

63. Salomão ofereceu sacrifícios, e foram sacrifícios de comunhão que ele
ofereceu a Javé: vinte e dois mil bois e cento e vinte mil ovelhas. Desse modo,
o rei e todos os israelitas inauguraram o Templo de Javé.
64. Nesse mesmo dia, o rei consagrou o interior do pátio que fica diante
do Templo de Javé: aí ofereceu o holocausto, a oblação, as gorduras do
sacrifício de comunhão, porque o altar de bronze que estava diante de Javé era
muito pequeno para conter o holocausto, a oblação e as gorduras do sacrifício de
comunhão.
65. Nessa ocasião, Salomão celebrou a festa, e todo o Israel com ele,
durante sete dias: houve uma grande assembléia diante de Javé, o nosso Deus, com
gente que veio desde a entrada de Emat até a torrente do Egito.
66. No oitavo dia, ele despediu o povo. E todos abençoaram o rei e
voltaram para suas tendas, alegres e de coração contente por tudo de bom que
Javé havia feito para o seu servo Davi e para o seu povo Israel.

[I Reis 9]I Reis 9

A CONTINUIDADE DEPENDE DA FIDELIDADE
1. Salomão acabou de construir o Templo de Javé, o palácio real, e tudo o
que pretendia construir.
2. Então Javé lhe apareceu pela segunda vez, como havia aparecido em
Gabaon,
3. e lhe disse: “Ouvi a oração e súplica que você me fez. Consagrei este
Templo, que você construiu, para que seja a morada do meu nome para sempre: os
meus olhos e o meu coração estarão aí todos os dias.
4. Se você se comportar diante de mim como seu pai Davi, de coração
íntegro e reto, fazendo tudo como eu ordenei e obedecendo aos meus estatutos e
normas,
5. eu manterei firme para sempre o seu trono real em Israel, como prometi
ao seu pai Davi, dizendo: ‘Haverá sempre alguém da sua família para se assentar
no trono de Israel’.
6. Ao contrário, se vocês e seus filhos me abandonarem, não obedecendo
aos meus mandamentos e estatutos que lhes dei, indo servir a outros deuses e
prostrando-se diante deles,
7. então eu arrancarei Israel da terra que lhes dei; afastarei para longe
de mim este Templo que consagrei para o meu Nome, e Israel será motivo de riso e
chacota entre os povos;
8. então, este Templo, que é tão grandioso, se tornará motivo de espanto
para os que por aí passarem. Eles vão assobiar e dizer: ‘Por que Javé fez isso
com essa terra e esse Templo?’
9. E responderão: ‘Foi porque eles abandonaram Javé seu Deus, que tirou
seus antepassados da terra do Egito. Eles aderiram a outros deuses,
prostrando-se diante deles e servindo-os. Foi por isso que Javé seu Deus mandou
sobre eles toda essa desgraça’ “.

QUEM PAGA TUDO ISSO?
10. Durante vinte anos, Salomão construiu os dois edifícios, o Templo de
Javé e o palácio real.
11. E Hiram, rei de Tiro, forneceu a Salomão madeira de cedro, cipreste e
todo o ouro que este quis. Quando terminou as construções, o rei Salomão deu a
Hiram vinte cidades no território da Galiléia.
12. Hiram saiu de Tiro para ver as cidades que Salomão lhe havia dado e
não gostou delas.
13. E protestou: “Meu irmão, que cidades são essas que você me deu?” E
apelidou essas cidades de Terra de Cabul. E até hoje elas têm esse nome.
14. E Hiram enviou ao rei Salomão quatro mil quilos de ouro.
15. É o seguinte o relatório sobre os trabalhos forçados que o rei
Salomão usou para construir o Templo de Javé, seu palácio, o aterro, a muralha
de Jerusalém, Hasor, Meguido, Gazer (
16. o Faraó, rei do Egito, tinha feito uma expedição e se apossara de
Gazer, incendiando-a e massacrando os cananeus que aí habitavam; depois deu
Gazer como dote para a sua filha, esposa de Salomão,
17. o qual a reconstruiu), Bet-Horon Inferior,
18. Baalat, Tamar, no deserto,
19. as cidades entrepostos que lhe pertenciam, as cidades para guardar os
carros e cavalos, e tudo quanto ele julgou necessário construir em Jerusalém, no
Líbano e nos países que lhe estavam submissos.
20. Toda a população que restava dos amorreus, heteus, ferezeus, heveus e
jebuseus, que não eram israelitas,
21. os filhos deles que ficaram no país e que os israelitas não haviam
consagrado ao extermínio, Salomão os recrutou para os trabalhos forçados até
hoje.
22. Salomão, porém, não reduziu os israelitas à escravidão, mas estavam a
seu serviço como soldados, funcionários, chefes, escudeiros, comandantes de
carros e de cavalaria.
23. Havia quinhentos e cinqüenta chefes de inspetores que dirigiam os
trabalhos de Salomão; eles dirigiam o pessoal que realizava os trabalhos.
24. Salomão construiu o aterro logo depois que a filha do Faraó se mudou
da Cidade de Davi para o palácio que ele construiu para ela.
25. Três vezes ao ano, Salomão oferecia holocaustos e sacrifícios de
comunhão sobre o altar que tinha construído para Javé. Ele queimava incenso
diante de Javé e conservava o Templo em bom estado.

3. UM REI COMERCIANTE

COMÉRCIO DE LUXO
26. O rei Salomão construiu uma frota em Asiongaber, perto de Elat, às
margens do mar Vermelho, no país de Edom.
27. Hiram enviou seus servos marinheiros, que conheciam bem o mar, para
os navios junto com os servos de Salomão.
28. Chegaram a Ofir e daí trouxeram catorze mil quilos de ouro, que
entregaram ao rei Salomão.

[I Reis 10]I Reis 10

RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS DISPENDIOSAS
1. A rainha de Sabá ouviu falar da fama de Salomão e foi submeter o rei à
prova por meio de enigmas.
2. Chegou a Jerusalém com uma imponente comitiva de camelos carregados de
perfume, muito ouro e pedras preciosas. Apresentou-se a Salomão e lhe propôs
tudo o que pensava.
3. Salomão, porém, soube responder a todas as suas perguntas; não houve
uma só questão demasiado difícil que o rei não pudesse resolver.
4. A rainha de Sabá ficou assombrada ao ver a sabedoria de Salomão, o
palácio que havia construído,
5. as iguarias de sua mesa, a corte sentada, os serviços e uniformes dos
empregados, as bebidas, os holocaustos que Salomão oferecia no Templo de Javé.

6. Então ela disse ao rei: “É verdade tudo o que ouvi na minha terra
sobre você e sua sabedoria.
7. Eu não queria acreditar no que diziam antes de vir para ver com meus
próprios olhos. O que me contaram não é nem a metade: sua sabedoria e riqueza
são muito maiores do que eu tinha ouvido.
8. Sua gente e seus servos é que são felizes: podem desfrutar
continuamente de sua presença e aprender de sua sabedoria!
9. Seja bendito Javé, o seu Deus, que foi benevolente e o colocou sobre o
trono de Israel. Javé ama Israel para sempre, e é por isso que ele o nomeou rei,
a fim de que você exerça o direito e a justiça”.
10. Então a rainha de Sabá deu ao rei quatro toneladas de ouro, grande
quantidade de perfumes e de pedras preciosas. Nunca houve tantos perfumes como
os que a rainha de Sabá trouxe para o rei Salomão.
11. Por sua vez, a frota de Hiram, que tinha trazido ouro de Ofir, trouxe
também grande quantidade de madeira de sândalo e pedras preciosas.
12. Com o sândalo, Salomão fez balaustradas para o Templo de Javé e para
o palácio real, cítaras e harpas para os cantores. Nunca mais chegou madeira de
sândalo como essa, e nunca mais se viu dela até hoje.
13. Em troca, o rei Salomão ofereceu à rainha de Sabá tudo o que ela quis
e pediu, além do que o próprio rei a presenteou com grandiosidade. Depois a
rainha de Sabá partiu e voltou com sua comitiva para a sua terra.

O FASCÍNIO QUE HIPNOTIZA
14. O ouro que Salomão recebia anualmente pesava vinte e três mil quilos,

15. sem contar o que recebia de tributo dos mercadores e do lucro dos
comerciantes, dos reis da Arábia e dos governadores do país.
16. O rei Salomão fez duzentos escudos grandes de ouro batido, gastando
seis quilos e meio em cada escudo;
17. trezentos pequenos escudos de ouro batido, gastando meio quilo de
ouro em cada um deles, e os colocou no salão chamado Floresta do Líbano.
18. O rei fez também um grande trono de marfim, recoberto de ouro puro.

19. O trono tinha seis degraus, com encosto arredondado na parte de cima,
braços de cada lado do assento, dois leões em pé perto dos braços,
20. e doze leões colocados em cada lado dos seis degraus. Nunca se havia
feito coisa igual em nenhum reino.
21. Todas as taças que o rei Salomão usava para beber eram de ouro, e
toda a baixela do salão da Floresta do Líbano era também de ouro puro. Não se
fazia nada em prata, que não tinha valor no tempo de Salomão.
22. De fato, o rei tinha no mar uma frota de grandes navios, junto com a
frota de Hiram, e a cada três anos chegavam os navios carregados de ouro, prata,
marfim, macacos e pavões.
23. E o rei Salomão superou em riqueza e sabedoria todos os reis da
terra.
24. Todo mundo queria visitar Salomão, para aprender a sabedoria que Deus
lhe havia dado.
25. Cada um trazia seus presentes: vasilhas de prata e ouro, roupas,
armas e aromas, cavalos e mulas.

A QUEM SERVE O APARATO MILITAR?
26. Salomão reuniu também carros e cavaleiros: tinha mil e quatrocentos
carros e doze mil cavaleiros, que ficavam nas cidades dos carros e junto do rei
em Jerusalém.
27. Salomão fez com que a prata fosse tão comum em Jerusalém como as
pedras, e os cedros como os sicômoros da Planície.
28. Os cavalos de Salomão eram importados do Egito e da Cilícia, onde os
mercadores do rei os compravam com pagamento à vista.
29. Cada carro era importado do Egito por seis quilos e meio de prata, e
cada cavalo por um quilo e meio. Os cavalos eram exportados, nas mesmas
condições, para os reis dos heteus e os reis de Aram.

[I Reis 11]4. UM REI LOUCO

I Reis 11

IDOLATRIA, FONTE DE CORRUPÇÃO
1. Além da filha do Faraó, o rei Salomão amou muitas mulheres
estrangeiras: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias.
2. Essas mulheres pertenciam àquelas nações, das quais Javé tinha dito
aos israelitas: “Vocês não entrarão em contato com elas, nem elas entrarão em
contato com vocês. Do contrário, elas acabarão desviando o coração de vocês para
os deuses delas”. Salomão, porém, se enamorou perdidamente por elas:
3. teve setecentas esposas e trezentas concubinas.
4. Quando ficou velho, as mulheres desviaram o coração dele para os
deuses estrangeiros. E o coração de Salomão já não pertencia inteiramente a Javé
seu Deus como o coração de seu pai Davi.
5. Salomão seguiu Astarte, deusa dos sidônios, e Melcom, ídolo dos
amonitas.
6. Fez o que Javé reprova, e não foi plenamente fiel a Javé, como seu pai
Davi.
7. Salomão construiu um santuário para Camos, ídolo dos moabitas, no
monte a leste de Jerusalém, e um santuário para Melcom, ídolo dos amonitas.
8. Fez o mesmo para suas mulheres estrangeiras, que queimavam incenso e
ofereciam sacrifícios aos deuses delas.
9. Javé ficou irritado contra Salomão, porque este havia desviado o seu
coração para longe de Javé, o Deus de Israel, que lhe tinha aparecido duas vezes

10. e havia proibido expressamente que Salomão seguisse outros deuses.
Salomão, porém, não obedeceu ao que Javé lhe tinha ordenado.
11. Então Javé disse a Salomão: “Você está se comportando assim e não
observa minha aliança e as ordens que lhe dei. Pois bem! Vou tirar-lhe o reino e
entregá-lo a um de seus servos.
12. Não farei isso enquanto você estiver vivo, em consideração a seu pai
Davi. Eu arrancarei o reino da mão de seu filho.
13. Não tirarei o reino todo; deixarei a seu filho uma tribo, em
consideração a meu servo Davi e a Jerusalém, a cidade que escolhi”.

VASSALOS QUE SE TORNAM INIMIGOS
14. Javé fez surgir um adversário contra Salomão; era Adad, o edomita, da
família real de Edom.
15. Depois que Davi derrotou Edom, aconteceu que Joab, chefe do exército,
foi enterrar os mortos e matou todos os homens de Edom.
16. Joab e o exército israelita ficaram aí durante seis meses, até acabar
com todos os homens de Edom.
17. Adad, porém, conseguiu fugir para o Egito com alguns edomitas, servos
de seu pai. Adad era ainda criança.
18. Partindo de Madiã, eles chegaram a Farã, aí juntaram alguns homens,
foram para o Egito e se apresentaram ao Faraó, rei do Egito. O Faraó deu a Adad
uma casa, víveres e um terreno.
19. Adad ganhou a simpatia do Faraó, que lhe deu como esposa a sua
cunhada, irmã da primeira dama, a rainha Táfnis.
20. A mulher de Adad lhe deu um filho, Genubat, e Táfnis o educou no
palácio do Faraó, de modo que Genubat morava no palácio junto com os filhos do
Faraó.
21. No Egito, Adad ouviu dizer que Davi tinha morrido e que Joab, chefe
do exército, também estava morto. Então pediu ao Faraó: “Deixe-me voltar para a
minha terra”.
22. O Faraó perguntou: “Você quer voltar para a sua terra? Está lhe
faltando alguma coisa aqui em casa?” Adad respondeu: “Não está faltando nada,
mas deixe-me partir”.
25b. Adad reinou em Edom, e não deixou Israel em paz.
23. Javé fez surgir contra Salomão outro inimigo: era Razon, filho de
Eliada, que tinha fugido do seu senhor Adadezer, rei de Soba.
24. Razon reuniu-se com outros homens e tornou-se chefe de um bando.
Quando Davi os dizimou, Razon foi para Damasco, onde se estabeleceu, e se tornou
rei de Damasco.
25a. Razon foi adversário de Israel durante todo o reinado de Salomão.

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DESCONTENTAMENTO POPULAR
26. Jeroboão, filho de Nabat, era um efraimita de Sareda, e sua mãe era
uma viúva chamada Sarva. Jeroboão estava a serviço de Salomão e se revoltou
contra o rei,
27. pelo seguinte motivo: Salomão estava construindo o aterro para tapar
a brecha da Cidade de Davi, seu pai.
28. Jeroboão era homem valente e forte. Salomão, vendo que o jovem
trabalhava bem, o nomeou capataz dos trabalhos forçados da casa de José.
29. Certo dia, Jeroboão estava saindo de Jerusalém e encontrou-se no
caminho com o profeta Aías de Silo, que vestia um manto novo. Os dois estavam
sozinhos no campo.
30. Aías pegou seu manto novo, o rasgou em doze pedaços,
31. e disse a Jeroboão: “Pegue dez pedaços para você, porque assim diz
Javé, o Deus de Israel: ‘Vou arrancar o reino das mãos de Salomão e vou dar dez
tribos para você.
32. Ele ficará com uma tribo, em consideração para com meu servo Davi e
para com Jerusalém, a cidade que escolhi dentre todas as tribos de Israel.
33. Isso porque Salomão me abandonou para adorar Astarte, deusa dos
sidônios, Camos, deus de Moab, e Melcom, deus dos amonitas. Ele não andou em
meus caminhos para praticar o que eu aprovo; não observou meus estatutos e
normas, como fez o seu pai Davi.
34. Contudo, não tirarei da mão dele nenhuma parte do reino, pois o
tornei chefe por todo o tempo de sua vida, em consideração ao meu servo Davi, a
quem escolhi, e que observou meus mandamentos e estatutos.
35. É do filho dele que eu vou tirar o reino, e vou dar dez tribos para
você.
36. Deixarei para o filho dele uma tribo, para que o meu servo Davi tenha
sempre uma lâmpada diante de mim, em Jerusalém, a cidade que escolhi para aí
colocar o meu Nome.
37. Quanto a você, eu o escolherei para reinar sobre o que você quiser. E
você vai ser o rei de Israel.
38. Se você obedecer a tudo o que eu mandar, se seguir os meus caminhos e
fizer o que eu aprovo; se observar meus estatutos e mandamentos, como fez meu
servo Davi, então eu estarei com você, e construirei para você uma dinastia
estável, assim como fiz para Davi. A você eu entregarei Israel
39. e, por causa disso, humilharei a descendência de Davi, mas não para
sempre’ “.
40. Salomão tentou matar Jeroboão. Mas Jeroboão fugiu para o Egito, onde
reinava Sesac, rei do Egito. E ficou no Egito até a morte de Salomão.

MORTE DE SALOMÃO
41. O resto da história de Salomão, com todos os seus feitos e a sua
sabedoria, tudo está escrito no Livro da História de Salomão.
42. E Salomão reinou em Jerusalém, sobre todo o Israel, durante quarenta
anos.
43. Depois Salomão morreu e foi enterrado com seus antepassados, na
Cidade de Davi, seu pai. E seu filho Roboão lhe sucedeu no trono.

[I Reis 12]III. O REINO DIVIDIDO

I Reis 12

REVOLTA APROVADA POR JAVÉ
1. Roboão foi para Siquém, pois todo o Israel para aí se havia dirigido,
a fim de proclamá-lo rei.
2. Jeroboão, filho de Nabat, soube da notícia quando ainda estava no
Egito, porque havia fugido do rei Salomão e morava no Egito.
3. Mandaram chamar Jeroboão, e ele também foi com toda a assembléia de
Israel. Então disseram a Roboão:
4. “Seu pai nos impôs um fardo pesado. Se você nos aliviar da dura
escravidão e do fardo pesado que ele nos impôs, nós serviremos a você”.
5. Roboão respondeu: “Vão e voltem ao meu encontro daqui a três dias”.
Então o povo se dispersou.
6. O rei Roboão pediu conselho aos anciãos que serviam a seu pai Salomão,
quando este ainda vivia. E lhes perguntou: “Como é que vocês me aconselham a
responder para esse povo?”
7. Eles disseram: “Se hoje você se colocar a serviço desse povo, se você
o servir, e se você responder para eles com boas palavras, então eles se
colocarão para sempre a seu serviço”.
8. Roboão, porém, desprezou o conselho dos anciãos e foi aconselhar-se
com os jovens que haviam crescido junto com ele e que o serviam.
9. E lhes perguntou: “O que é que vocês me aconselham a responder para
esse povo que me disse: ‘Alivie-nos do jugo que seu pai nos impôs’?”
10. Os jovens, que haviam crescido com ele, disseram: “Para esse povo que
falou: ‘Seu pai tornou pesado o nosso fardo; alivie esse fardo que pesa sobre
nós’, você responderá: ‘Meu dedo mínimo é mais grosso do que a cintura de meu
pai.
11. Meu pai colocou sobre vocês um fardo pesado, mas eu aumentarei ainda
mais esse fardo. Meu pai castigou vocês com chicotes, e eu castigarei vocês com
ferrões’ “.
12. Como o rei lhes havia dito que voltassem depois de três dias,
Jeroboão e todo o povo foram ao encontro de Roboão no terceiro dia.
13. O rei então respondeu duramente ao povo. Desprezando o conselho que
os anciãos lhe haviam dado,
14. falou conforme o conselho dos jovens: “Meu pai colocou sobre vocês um
fardo pesado. Pois bem! Eu aumentarei sobre vocês esse fardo! Meu pai castigou
vocês com chicotes, e eu castigarei vocês com ferrões”.
15. O rei não deu ouvidos ao povo. Foi a maneira usada por Javé para
realizar o que dissera a Jeroboão, filho de Nabat, por meio de Aías de Silo.
16. Todo o Israel viu que o rei não lhe dava atenção. Por isso o povo
retrucou: “O que temos nós com Davi? Não temos herança com o filho de Jessé.
Volte para as suas tendas, Israel. Agora, cuide de sua casa, Davi!” E daí Israel
voltou para as suas tendas.
17. Quanto aos israelitas que moravam nas cidades de Judá, continuaram
submetidos a Roboão.
18. Então o rei Roboão enviou Adoniram, chefe dos trabalhos forçados, mas
todo o Israel o apedrejou, e ele morreu. O rei Roboão conseguiu subir no seu
carro e fugiu para Jerusalém.
19. E Israel se revoltou contra a casa de Davi, até o dia de hoje.
20. Ao saber que Jeroboão tinha voltado, mandaram chamá-lo para a
assembléia, e o proclamaram rei sobre todo o Israel. Somente a tribo de Judá
seguiu a casa de Davi.
21. Roboão foi para Jerusalém e reuniu toda a casa de Judá e a tribo de
Benjamim: cento e oitenta mil guerreiros. Era para lutar contra a casa de Israel
e restituir o reino a Roboão, filho de Salomão.
22. Então a palavra de Deus foi dirigida a Semeías, homem de Deus:
23. “Diga a Roboão, filho de Salomão, rei de Judá, a toda a casa de Judá
e de Benjamim, e ao resto do povo:
24. ‘Assim diz Javé: Não subam para lutar contra seus irmãos israelitas.
Volte cada um para a sua casa, porque tudo o que aconteceu foi por minha
decisão’ “. Eles obedeceram à palavra de Javé e regressaram, conforme a palavra
de Javé.

NOVA IDENTIDADE POLÍTICO-RELIGIOSA
25. Jeroboão fortificou Siquém, na região montanhosa de Efraim, e aí
residiu. Depois saiu daí e fortificou Fanuel.
26. Jeroboão pensou: “Agora o reino poderá voltar para a casa de Davi.

27. Se este povo for oferecer sacrifícios no Templo de Javé em Jerusalém,
o seu coração se voltará para o seu senhor Roboão, rei de Judá. Eles acabarão me
matando e voltando para Roboão, rei de Judá”.
28. Então Jeroboão teve a idéia de fazer dois bezerros de ouro. E disse
ao povo: “Vocês já foram demais a Jerusalém. Israel, aqui está o seu Deus,
aquele que tirou você da terra do Egito”.
29. Colocou um dos bezerros em Betel e instalou o outro em Dã. Isso foi
causa de pecado.
30. O povo foi em procissão diante do bezerro até Dã.
31. Jeroboão fez santuários nos lugares altos, e estabeleceu como
sacerdotes pessoas tiradas do povo, que não eram levitas.
32. Jeroboão celebrou também uma festa no dia quinze do oitavo mês, como
se celebrava em Judá, e subiu ao altar. Fez isso em Betel, para oferecer
sacrifícios aos bezerros que tinha fabricado, e estabeleceu em Betel sacerdotes
dos lugares altos que ele mesmo havia instituído.
33. Subiu ao altar que tinha feito em Betel no dia quinze do oitavo mês,
data que escolheu arbitrariamente. Ele instituiu uma festa para os israelitas e
subiu ao altar para queimar incenso.

[I Reis 13]I Reis 13

JUSTIFICAÇÃO DA REFORMA DE JOSIAS
1. Quando Jeroboão estava junto ao altar queimando incenso, chegou de
Judá a Betel um homem de Deus, mandado por Javé.
2. Ele gritou contra o altar esta ordem de Javé: “Altar, altar! Assim diz
Javé: Um filho vai nascer na casa de Davi, e se chamará Josias. Ele vai oferecer
em sacrifício, sobre você, os sacerdotes dos lugares altos que queimam incenso
sobre você. Ossos humanos serão queimados sobre você!”
3. Nesse dia, o homem deu um sinal, dizendo: “Este é o sinal que Javé
apresenta: o altar vai rachar, e a cinza que está sobre ele se esparramará”.
4. Ao ouvir as palavras que o homem de Deus gritava contra o altar de
Betel, o rei Jeroboão estendeu o braço, que tinha posto sobre o altar, e disse:
“Prendam esse homem!” Mas o braço estendido ficou paralisado, e ele não
conseguia abaixá-lo.
5. O altar rachou e a cinza do altar se espalhou, conforme o sinal que o
homem de Deus tinha dado por ordem de Javé.
6. Então o rei suplicou ao homem de Deus: “Por favor, acalme Javé, o seu
Deus. Peça por mim, para que eu recupere o movimento do braço!” Então o homem de
Deus acalmou Javé, e o rei recuperou o movimento do braço, que ficou como antes.

7. O rei disse então ao homem de Deus: “Venha comigo até o meu palácio e
se alimente. Eu lhe darei um presente”.
8. O homem de Deus respondeu ao rei: “Mesmo que você me desse a metade do
seu palácio, eu não iria com você. Não comerei nem beberei nada neste lugar,
9. pois a palavra de Javé me ordenou que eu não coma nem beba nada, e que
eu não retorne pelo mesmo caminho pelo qual vim”.
10. E o homem de Deus foi embora por outro caminho, e não pegou o mesmo
caminho que tinha usado para chegar a Betel.
11. Um velho profeta morava em Betel. Seus filhos foram e lhe contaram
tudo o que o homem de Deus havia feito nesse dia em Betel; contaram também ao
pai as palavras que o homem havia dito ao rei.
12. O pai disse para eles: “Qual é o caminho que ele tomou?” Os filhos
mostraram ao pai o caminho que o homem de Deus, vindo de Judá, tinha seguido.

13. O profeta ordenou aos filhos: “Selem o jumento para mim”. Selaram
então o jumento. Ele montou,
14. foi à procura do homem de Deus e o encontrou sentado debaixo de uma
árvore. E lhe perguntou: “Você é o homem de Deus que veio de Judá?” O homem
respondeu: “Sim”.
15. Então ele disse ao homem: “Vamos comigo para a minha casa, e aí você
se alimentará”.
16. Ele respondeu: “Eu não posso voltar com você nem ir à sua casa. Eu
não posso comer nem beber nada neste lugar,
17. porque a palavra de Javé me ordenou que eu não coma nem beba nada
aqui, e que eu não retorne pelo mesmo caminho pelo qual vim”.
18. O profeta disse ao homem de Deus: “Eu também sou profeta como você, e
um anjo me trouxe uma palavra de Javé, dizendo: ‘Faça com que ele vá até a sua
casa para comer e beber’ “. No entanto, ele estava mentindo.
19. O homem de Deus voltou, comeu e bebeu na casa dele.
20. Quando eles estavam fazendo a refeição, a palavra de Javé foi
dirigida ao profeta que tinha feito o homem voltar.
21. Ele gritou ao homem de Deus que tinha vindo de Judá: “Assim diz Javé:
Porque você transgrediu a ordem de Javé e não obedeceu ao mandamento que Javé
seu Deus lhe ordenou,
22. voltando para comer e beber neste lugar que ele havia proibido a você
de comer e beber, o seu cadáver não entrará no túmulo de seus pais”.
23. Depois de ter comido e bebido, o velho profeta selou o jumento do
profeta que ele tinha feito voltar, e este foi embora.
24. No caminho, encontrou um leão que o matou. O cadáver dele ficou aí
jogado no caminho, enquanto o jumento permaneceu parado de um lado do cadáver e
o leão do outro lado.
25. Alguns homens, que passaram por aí, viram o cadáver jogado no caminho
e o leão ao lado do cadáver. Eles foram e contaram, na cidade onde morava o
velho profeta, tudo o que tinham visto.
26. Ao saber disso, o profeta que o havia feito voltar, disse: “Deve ser
o homem de Deus que desobedeceu à ordem de Javé. E Javé o entregou ao leão, que
o matou e dilacerou, como Javé havia predito”.
27. Então ordenou a seus filhos: “Selem o jumento para mim”. E os filhos
selaram.
28. O profeta partiu e encontrou o cadáver estendido no caminho, com o
jumento e o leão ao lado; o leão não tinha devorado o cadáver, nem dilacerado o
jumento.
29. O profeta ergueu o cadáver do homem de Deus, o acomodou sobre o
jumento e o conduziu para a cidade onde morava, para fazer o funeral e
enterrá-lo.
30. Colocou no seu próprio túmulo o cadáver, e cantou a lamentação: “Ai,
meu irmão!”
31. Depois de o ter enterrado, o profeta disse a seus filhos: “Quando eu
morrer, me enterrem na sepultura onde está enterrado esse profeta. Coloquem meus
ossos ao lado dos ossos dele,
32. porque certamente vai se cumprir a maldição que ele gritou, por ordem
de Javé, contra o altar de Betel e contra todos os santuários dos lugares altos,
que estão nas cidades da Samaria”.
33. Apesar disso, Jeroboão não se converteu do seu mau comportamento;
continuou nomeando homens do povo como sacerdotes dos lugares altos. Qualquer um
que quisesse, ele o consagrava sacerdote dos lugares altos.
34. Esse comportamento fez cair em pecado a dinastia de Jeroboão e
provocou sua ruína e o extermínio do país.

[I Reis 14]IV. HISTÓRIA DOS DOIS
REINOS

I Reis 14

SOMBRAS SOBRE O REINADO DE JEROBOÃO
1. Nessa época, Abias, filho de Jeroboão, ficou doente.
2. E Jeroboão disse à sua mulher: “Vamos, coloque um disfarce para que
não reconheçam que você é a esposa de Jeroboão. Vá até Silo, onde está o profeta
Aías. Ele me profetizou que eu seria rei deste povo.
3. Leve dez pães, roscas e um pote de mel, e apresente-se a ele. Então
ele dirá o que vai acontecer ao menino”.
4. A mulher de Jeroboão assim fez. Foi para Silo e se apresentou na casa
de Aías. Ora, Aías estava quase cego e tinha os olhos meio apagados por causa da
velhice.
5. Javé, porém, lhe tinha dito: “A esposa de Jeroboão virá aqui para
pedir a você um oráculo sobre o filho dele que está doente. Diga isso e isso.
Ela virá disfarçada”.
6. Logo que Aías ouviu o barulho de passos junto à porta, disse: “Entre,
esposa de Jeroboão. Por que você veio disfarçada? Fui enviado para lhe dar uma
triste notícia.
7. Diga a Jeroboão: ‘Assim diz Javé, o Deus de Israel: Eu tirei você do
meio do povo e o coloquei como chefe do meu povo Israel.
8. Tirei o reino da casa de Davi para dá-lo a você. Mas você não foi como
o meu servo Davi, que observou os meus mandamentos e me seguiu de todo o
coração, fazendo apenas o que eu aprovo.
9. Você se comportou de modo pior dos que reinaram antes de você. E até
chegou a fazer para você outros deuses, imagens fundidas, para me irritar, e
voltou as costas para mim.
10. Por isso, vou trazer a desgraça para a sua casa: eliminarei da casa
de Jeroboão todos os que urinam na parede, tanto os escravos como os livres em
Israel. Eu varrerei a casa de Jeroboão, como se varre completamente o lixo.
11. Os membros da família de Jeroboão que morrerem na cidade, serão
devorados pelos cães; e os que morrerem no campo, serão devorados pelas aves do
céu. É isso que Javé tem a dizer’.
12. Quanto a você, levante-se e volte para casa. Quando você puser o pé
na cidade, o menino morrerá.
13. Todo o Israel fará luto por ele e o enterrará, porque, da família de
Jeroboão, somente esse menino entrará num túmulo. De fato, dentro da família de
Jeroboão, foi somente nele que Javé, o Deus de Israel, encontrou alguma coisa de
bom.
14. Javé fará surgir em Israel um rei que vai eliminar a família de
Jeroboão.
15. Javé ferirá Israel como se faz com o caniço que balança na água:
arrancará os israelitas desta boa terra que deu aos antepassados deles, e os
dispersará do outro lado do rio Eufrates, porque ergueram seus postes sagrados,
provocando a ira de Javé.
16. Entregará os israelitas por causa dos pecados cometidos por Jeroboão
e por causa dos pecados que ele fez os israelitas cometerem”.
17. A mulher de Jeroboão levantou-se e partiu. E ao chegar a Tersa, mal
ela atravessou a soleira da porta da casa, o menino morreu.
18. E o menino foi enterrado, e todo o Israel fez luto por ele, como Javé
havia dito por meio do seu servo, o profeta Aías.
19. O resto da história de Jeroboão, as guerras que ele fez, o seu
governo, tudo está escrito nos Anais dos Reis de Israel.
20. Jeroboão reinou durante vinte e dois anos. Depois foi enterrado com
seus antepassados, e seu filho Nadab lhe sucedeu no trono.

ROBOÃO E A DECADÊNCIA
21. Roboão, filho de Salomão, reinou em Judá. Ele tinha quarenta e um
anos quando subiu ao trono. E reinou dezessete anos em Jerusalém, a cidade que
Javé tinha escolhido entre todas as tribos de Israel, para aí colocar o seu
Nome. A mãe de Roboão se chamava Naama, a amonita.
22. Os habitantes de Judá fizeram o que Javé reprova e provocaram o ciúme
dele por causa dos pecados que cometeram, e que foram maiores do que os pecados
cometidos pelos seus antepassados.
23. Eles construíram lugares altos, ergueram estelas e postes sagrados
nas colinas elevadas e debaixo de toda árvore frondosa.
24. Houve até mesmo prostituição sagrada no país. Imitaram todos os ritos
abomináveis das nações que Javé havia expulsado da frente dos israelitas.
25. No quinto ano do reinado de Roboão, aconteceu que Sesac, rei do
Egito, atacou Jerusalém.
26. Tomou posse dos tesouros do Templo de Javé e do palácio real, e levou
tudo, juntamente com os escudos de ouro que Salomão tinha mandado fazer.
27. Para substituí-los, o rei Roboão mandou fazer escudos de bronze, e os
confiou aos chefes da guarda que vigiavam a porta do palácio real.
28. Cada vez que o rei ia ao Templo de Javé, os guardas pegavam os
escudos e depois os recolocavam na sala dos guardas.
29. O resto da história de Roboão e de tudo o que ele fez, está escrito
nos Anais dos Reis de Judá.
30. Houve guerras contínuas entre Roboão e Jeroboão.
31. Roboão morreu e foi enterrado com seus antepassados na Cidade de
Davi, e seu filho Abiam lhe sucedeu no trono.

[I Reis 15]I Reis 15

BREVE REINADO DE ABIAM EM JUDÁ
1. Abiam subiu ao trono de Judá no ano dezoito de Jeroboão, filho de
Nabat.
2. E reinou três anos em Jerusalém. Sua mãe se chamava Maaca, e era filha
de Absalão.
3. Abiam imitou os pecados que seu pai havia cometido, e seu coração não
foi fiel a Javé, o seu Deus, como tinha sido o coração de Davi, seu antepassado.

4. Em consideração para com Davi, Javé seu Deus lhe deixou uma lâmpada em
Jerusalém, dando-lhe um filho e conservando Jerusalém.
5. Isso porque Davi tinha feito o que Javé aprova, sem se desviar do que
Javé lhe havia ordenado, em toda a sua vida, com exceção do caso de Urias, o
heteu.
6. Houve guerras contínuas entre Abiam e Jeroboão.
7. O resto da história de Abiam e de tudo o que ele fez, está escrito nos
Anais dos Reis de Judá.
8. Abiam morreu e foi enterrado com seus antepassados na Cidade de Davi.
E seu filho Asa lhe sucedeu no trono.

ASA EM JUDÁ: TENTATIVA DE REFORMA
9. Asa subiu ao trono de Judá no ano vinte do reinado de Jeroboão em
Israel.
10. Reinou durante quarenta e um anos em Jerusalém. Sua avó se chamava
Maaca, filha de Absalão.
11. Asa fez o que Javé aprova, como fizera seu antepassado Davi.
12. Expulsou do país a prostituição sagrada e retirou todos os ídolos que
seus antepassados haviam feito.
13. Chegou até mesmo a retirar de sua avó o título de rainha-mãe, porque
ela havia feito uma imagem de Aserá. Asa quebrou a imagem e a queimou no vale do
Cedron.
14. Os lugares altos não desapareceram, mas o coração de Asa foi fiel a
Javé durante toda a sua vida.
15. Ele depositou no Templo de Javé as ofertas que seu pai havia
consagrado e suas próprias ofertas: prata, ouro e utensílios.
16. Entre Asa e Baasa, rei de Israel, houve guerras contínuas.
17. Baasa, rei de Israel, atacou Judá e fortificou Ramá, para impedir as
comunicações com Asa, rei de Judá.
18. Então Asa pegou a prata e o ouro que restavam nos tesouros do Templo
de Javé e do palácio real, os entregou a seus servos e os mandou a Ben-Adad,
filho de Tabremon, filho de Hezion, rei de Aram, que residia em Damasco, com
esta mensagem:
19. “Vamos fazer um tratado de paz, como fizeram o seu pai e o meu. Estou
lhe mandando um presente de prata e ouro. Rompa sua aliança com Baasa, rei de
Israel, para que ele se retire do meu território”.
20. Ben-Adad concordou com o rei Asa e enviou os chefes do seu exército
contra as cidades de Israel; conquistou Aion, Dã, Abel-Bet-Maaca, a região de
Neftali.
21. Ao saber disso, Baasa suspendeu as obras em Ramá e voltou para Tersa.

22. Então o rei Asa convocou todo o povo de Judá, sem exceção. Tiraram as
pedras e madeiras com que Baasa estava fortificando Ramá, e as aproveitaram para
fortificar Gaba de Benjamim e Masfa.
23. O resto da história de Asa, suas façanhas militares e as cidades que
construiu, tudo está escrito nos Anais dos Reis de Judá. Na sua velhice, Asa
teve doença de gota nos pés.
24. Asa morreu e foi enterrado com seus antepassados na Cidade de Davi,
seu pai. E seu filho Josafá lhe sucedeu no trono.

NADAB DE ISRAEL: TERMINA A DINASTIA DE JEROBOÃO
25. Nadab, filho de Jeroboão, subiu ao trono de Israel no segundo ano do
reinado de Asa, rei de Judá. Reinou dois anos em Israel.
26. Fez o que Javé reprova: imitou o comportamento de seu pai e os
pecados que ele fizera cometer em Israel.
27. Baasa, filho de Aías, da tribo de Issacar, conspirou contra ele e o
assassinou em Gebeton, cidade filistéia, que Nadab e todo o Israel estavam
cercando.
28. Baasa o matou no terceiro ano de Asa, rei de Judá, e ficou reinando
no lugar dele.
29. Logo que se tornou rei, Baasa matou toda a família de Jeroboão e a
massacrou, sem deixar nenhum sobrevivente, conforme a predição que Javé tinha
feito por meio de seu servo Aías de Silo.
30. A causa foram os pecados que ele cometera e fizera Israel cometer,
provocando a indignação de Javé, o Deus de Israel.
31. O resto da história de Nadab, e tudo o que ele fez, está escrito nos
Anais dos Reis de Israel.
32. Houve guerras contínuas entre Asa e Baasa, rei de Israel.

BAASA EM ISRAEL: A SITUAÇÃO CONTINUA
33. Baasa, filho de Aías, subiu ao trono de Israel, em Tersa, no terceiro
ano do reinado de Asa, rei de Judá. Reinou durante vinte e quatro anos.
34. Fez o que Javé reprova, imitando o comportamento de Jeroboão e o
pecado que ele fizera Israel cometer.

[I Reis 16]I Reis 16

1. Então Javé dirigiu sua palavra a Jeú, filho de Hanani, contra Baasa,
dizendo:
2. “Eu tirei você do pó e o tornei chefe do meu povo Israel. Você, porém,
imitou o comportamento de Jeroboão e fez o meu povo Israel cometer pecados que
me irritam.
3. Por isso, varrerei Baasa e sua família, e a deixarei como a família de
Jeroboão, filho de Nabat.
4. Todas as pessoas da família de Baasa que morrerem na cidade serão
devoradas pelos cães, e quem morrer no campo será devorado pelas aves do céu”.

5. O resto da história de Baasa, com suas façanhas militares, está
escrito nos Anais dos Reis de Israel.
6. Baasa morreu e foi enterrado com seus antepassados em Tersa. E seu
filho Ela lhe sucedeu no trono.
7. Por meio do profeta Jeú, filho de Hanani, Javé dirigiu sua palavra a
Baasa e família, por ter imitado a família de Jeroboão, fazendo o que Javé
reprova e irritando-o com suas ações, e também porque exterminara a família de
Jeroboão.

ELA EM ISRAEL: NOVO GOLPE DE ESTADO
8. Ela, filho de Baasa, subiu ao trono de Israel, em Tersa, no ano vinte
e seis do reinado de Asa, rei de Judá. Reinou dois anos.
9. Seu oficial Zambri, chefe da metade de seus carros, conspirou contra
ele, enquanto Ela estava se embebedando em Tersa, na casa de Arsa, mordomo do
palácio.
10. Zambri entrou e o assassinou no ano vinte e sete do reinado de Asa,
rei de Judá. E reinou no lugar de Ela.
11. Logo que se tornou rei, Zambri massacrou toda a família de Baasa,
eliminando todos os que urinam na parede, tanto parentes como amigos de Baasa.

12. Zambri acabou com a família de Baasa, como Javé havia predito contra
Baasa, por meio do profeta Jeú.
13. A causa disso foram os pecados que Baasa e seu filho Ela tinham
cometido e fizeram Israel cometer. Com seus ídolos vazios, irritaram Javé, o
Deus de Israel.
14. O resto da história de Ela, e de tudo o que fez, está escrito nos
Anais dos Reis de Israel.

ZAMBRI EM ISRAEL: O REINADO MAIS CURTO
15. Zambri ocupou o trono em Tersa durante sete dias, no ano vinte e sete
do reinado de Asa, rei de Judá. Nessa ocasião, o exército estava acampado diante
de Gebeton, que pertencia aos filisteus.
16. Quando o acampamento recebeu a notícia de que Zambri tinha conspirado
e matado o rei, na mesma hora os soldados proclamaram Amri, chefe do exército,
como rei de Israel.
17. Amri saiu de Gebeton com todo o exército de Israel, e cercou Tersa.

18. Quando Zambri percebeu que a cidade ia ser tomada, fechou-se na torre
do palácio, colocou fogo no palácio e morreu aí dentro.
19. Isso aconteceu por causa do pecado que havia cometido. Ele fez o que
Javé reprova, imitando o comportamento de Jeroboão e o pecado que este havia
feito Israel cometer.
20. O resto da história de Zambri, e a conspiração que ele tramou, tudo
está escrito nos Anais dos Reis de Israel.
21. Os israelitas se dividiram: metade apoiou Tebni, filho de Ginet,
querendo proclamá-lo rei; a outra metade apoiou Amri.
22. O partido de Amri acabou vencendo o de Tebni, filho de Ginet. Tebni
morreu, e Amri tornou-se rei.

AMRI EM ISRAEL: ESTABILIDADE POLÍTICA
23. Amri subiu ao trono de Israel no ano trinta e um do reinado de Asa,
rei de Judá. Reinou doze anos. Nos seis primeiros anos, reinou em Tersa.
24. Depois comprou de Semer o monte da Samaria por setenta quilos de
prata. Construiu aí uma cidade e lhe deu o nome de Samaria, por causa do nome de
Semer, dono do monte.
25. Amri fez o que Javé reprova e foi o pior de todos os que vieram antes
dele.
26. Imitou em tudo o comportamento de Jeroboão, filho de Nabat, e os
pecados que este fizera Israel cometer. Com seus ídolos vazios, irritou Javé, o
Deus de Israel.
27. O resto da história de Amri, com suas façanhas militares, tudo está
escrito nos Anais dos Reis de Israel.
28. Amri morreu e foi enterrado em Samaria. E seu filho Acab lhe sucedeu
no trono.

ACAB EM ISRAEL: O GRANDE DESAFIO
29. Acab, filho de Amri, subiu ao trono de Israel no ano trinta e oito do
reinado de Asa, rei de Judá. Reinou sobre Israel, em Samaria, vinte e dois anos.

30. Acab, filho de Amri, fez o que Javé reprova, mais do que todos os que
vieram antes dele.
31. Além de imitar os pecados de Jeroboão, filho de Nabat, casou-se com
Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios. E começou a servir e adorar a Baal.

32. Chegou a construir em Samaria um templo e um altar para Baal.
33. Acab levantou também um poste sagrado e cometeu outros pecados,
irritando Javé, o Deus de Israel, mais do que todos os reis de Israel que vieram
antes dele.
34. No seu tempo, Hiel de Betel reconstruiu Jericó: os alicerces lhe
custaram a vida de seu primogênito Abiram, e as portas custaram a vida de Segub,
seu filho caçula, como Javé havia predito por meio de Josué, filho de Nun.

[I Reis 17]V. ELIAS, PORTA-VOZ DE
JAVÉ

I Reis 17

O PROFETA ANUNCIA O JULGAMENTO
1. Elias, o tesbita de Tesbi de Galaad, disse ao rei Acab: “Pela vida de
Javé, o Deus de Israel, a quem sirvo: nestes anos não haverá orvalho nem chuva,
a não ser quando eu mandar”.
2. Javé dirigiu a palavra a Elias:
3. “Saia daqui, dirija-se para o oriente e esconda-se junto ao córrego
Carit, que fica a leste do Jordão.
4. Você poderá beber água do córrego. Eu ordenei aos corvos que levem
comida para você”.
5. Então Elias partiu e fez como Javé tinha mandado: foi morar junto ao
córrego Carit, a leste do Jordão.
6. Os corvos lhe levavam pão de manhã e carne à tarde. E ele bebia água
do córrego.

O PROFETA ENSINA A PARTILHAR
7. Algum tempo depois, o córrego secou, porque não tinha chovido na
região.
8. Então Javé dirigiu a palavra a Elias:
9. “Levante-se, vá para Sarepta, que pertence à região de Sidônia, e
fique morando aí. Porque eu ordenei a uma viúva que dê comida para você”.
10. Elias se levantou e foi para Sarepta. Chegando à porta da cidade,
encontrou uma viúva que estava recolhendo lenha. Elias a chamou e disse: “Por
favor! Traga-me um pouco de água no seu balde para eu beber”.
11. Quando a mulher já estava indo buscar água, Elias gritou para ela:
“Traga-me também um pedaço de pão”.
12. Ela respondeu: “Pela vida de Javé, o seu Deus, não tenho nenhum pão
feito; tenho apenas um pouco de farinha numa vasilha e um pouco de azeite na
jarra. Estou ajuntando uns gravetos para preparar esse resto para mim e meu
filho. Depois, vamos comer e ficar esperando a morte”.
13. Mas Elias lhe disse: “Não tenha medo! Vá e faça o que está dizendo.
Mas primeiro prepare um pãozinho com o que você tem e traga para mim. Só depois
você prepara um pão para você e seu filho.
14. Pois assim diz Javé, Deus de Israel: A vasilha de farinha não ficará
vazia e a jarra de azeite não se esgotará, até o dia em que Javé mandar chuva
sobre a terra”.
15. A mulher foi fazer o que Elias tinha mandado. E comeram, tanto ele
como também ela e o filho, durante muito tempo.
16. A vasilha de farinha não se esvaziou e a jarra de azeite não se
esgotou, como Javé tinha anunciado por meio de Elias.

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O PROFETA É INSTRUMENTO DE VIDA
17. Depois disso, ficou doente o filho dessa mulher, dona da casa, e a
doença foi tão grave que ele acabou morrendo.
18. Então ela disse a Elias: “Não quero nada com você, homem de Deus.
Será que você veio à minha casa para lembrar minhas culpas e provocar a morte do
meu filho?”
19. Elias respondeu: “Dê-me o seu filho”. Pegando o menino dos braços
dela, Elias o levou até o quarto de cima, onde se achava hospedado e o deitou
sobre a sua própria cama.
20. Depois chamou por Javé, dizendo: “Javé, meu Deus, queres castigar até
essa viúva que me hospeda, fazendo o filho dela morrer?”
21. Então Elias estendeu-se três vezes sobre o menino e invocou a Javé:
“Ó Javé, meu Deus, faze que este menino ressuscite!”
22. Javé atendeu à súplica de Elias, e o menino ressuscitou, tornando a
viver.
23. Elias pegou o menino, o desceu do quarto de cima e o entregou à mãe
dele, dizendo: “Olhe, seu filho está vivo”.
24. A mulher respondeu a Elias: “Agora sei que você é um homem de Deus, e
que de fato anuncia a palavra de Javé”.

[I Reis 18]I Reis 18

O PROFETA DESMASCARA OS ÍDOLOS
1. Muito tempo depois, no terceiro ano, Javé dirigiu sua palavra a Elias:
“Vá e se apresente a Acab, porque vou mandar chuva sobre a terra”.
2. Elias partiu e foi apresentar-se a Acab. Ora, em Samaria, a fome
apertava cada vez mais.
3. Acab mandou chamar Abdias, que era o chefe do palácio. Abdias era
homem temente a Javé:
4. quando Jezabel massacrava os profetas de Javé, ele pegou cem profetas
e escondeu-os numa gruta, em grupos de cinqüenta, providenciando comida e bebida
para eles.
5. Acab disse a Abdias: “Venha, vamos andar pelo país, procurando todas
as fontes e córregos. Talvez possamos encontrar pasto para sustentar os cavalos
e burros, e não tenhamos que sacrificar esses animais”.
6. Acab e Abdias dividiram entre si a região a percorrer: cada um foi
para um lado.
7. Enquanto Abdias caminhava, Elias foi ao encontro dele. Abdias o
reconheceu, caiu com o rosto por terra, e perguntou: “O senhor não é Elias?”
8. Elias respondeu: “Sou eu mesmo. Vá dizer ao seu patrão que Elias está
aqui”.
9. Abdias replicou: “Que pecado eu cometi para que o senhor me entregue
nas mãos de Acab, para ele me matar?
10. Pela vida de Javé, o seu Deus: não há nação, nem reino, aonde meu
patrão não tenha mandado procurar pelo senhor. E quando diziam: ‘Elias não está
aqui’, meu patrão fazia o reino e a nação jurarem que não haviam achado o
senhor.
11. E agora, o senhor me manda dizer ao meu patrão que Elias está aqui?!

12. Quando eu sair daqui, o espírito de Javé transportará o senhor não
sei para onde. Eu irei informar Acab, e ele, não o encontrando, me matará. E seu
servo teme a Javé desde a juventude.
13. Por acaso, não contaram ao senhor o que fiz quando Jezabel estava
matando os profetas de Javé? Escondi numa gruta cem profetas de Javé, em grupos
de cinqüenta, e providenciei pão e água para eles.
14. E agora, o senhor me manda dizer ao meu patrão que Elias está aqui?!
Ele vai me matar!”
15. Elias respondeu: “Pela vida de Javé dos exércitos, a quem sirvo: hoje
mesmo eu vou me apresentar diante de Acab”.
16. Então Abdias foi encontrar-se com Acab e contou o que havia
acontecido. E Acab saiu ao encontro de Elias.
17. Logo que o viu, lhe disse: “Você é a ruína de Israel!”
18. Elias respondeu: “Não sou eu que estou arruinando Israel. Pelo
contrário, é você e sua família, porque vocês abandonaram Javé e seguiram os
ídolos.
19. Pois bem! Mande que todo o Israel se reúna comigo no monte Carmelo,
junto com os quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal, que comem à mesa de
Jezabel”.
20. Acab convocou todos os israelitas e reuniu os profetas no monte
Carmelo.
21. Então Elias se aproximou do povo e disse: “Até quando vocês vão
mancar com as duas pernas? Se Javé é o Deus verdadeiro, sigam a Javé. Se é Baal,
sigam a Baal”. O povo nada respondeu.
22. Então Elias continuou: “Fiquei sozinho como profeta de Javé, enquanto
os profetas de Baal são quatrocentos e cinqüenta.
23. Tragam aqui dois bezerros: vocês vão escolher um. Depois de cortá-lo
em pedaços, o coloquem sobre a lenha, mas não acendam o fogo. Eu vou preparar o
outro bezerro, o colocarei sobre a lenha e também não acenderei o fogo.
24. Vocês invocarão o deus de vocês e eu invocarei a Javé. O Deus que
responder, enviando fogo, é o Deus verdadeiro”. Todo o povo concordou: “A
proposta é boa”.
25. Então Elias disse aos profetas de Baal: “Escolham um bezerro e
preparem primeiro, pois vocês são maioria. Invoquem o nome do deus de vocês, mas
não acendam o fogo”.
26. Então eles pegaram o bezerro, o prepararam e ficaram invocando a
Baal, desde o amanhecer até o meio-dia, e suplicando: “Baal, responde-nos”. Mas
não se ouvia nenhuma voz, nenhuma resposta, apesar de dançarem, dobrando os
joelhos, ao redor do altar que tinham feito.
27. Pelo meio-dia, Elias começou a zombar deles: “Gritem mais alto; Baal
é deus, mas pode ser que esteja ocupado. Quem sabe teve que se ausentar. Ou
então, está viajando. Talvez esteja dormindo e seja preciso acordá-lo”.
28. Então eles gritavam mais alto e, conforme o costume deles, fizeram
talhos no próprio corpo com espadas e lanças, até escorrer sangue.
29. Depois do meio-dia, entraram em transe até a hora da apresentação das
ofertas. Mas não se ouvia nenhuma voz, nenhuma palavra, nenhuma resposta.
30. Então Elias disse a todo o povo: “Venham aqui”. Todos se aproximaram,
e Elias reconstruiu o altar de Javé, que estava demolido.
31. Pegou doze pedras, conforme o número das doze tribos dos filhos de
Jacó, a quem Javé tinha dito: “Você se chamará Israel”.
32. E com as pedras construiu um altar em honra de Javé. Fez em volta do
altar um canal capaz de conter duas arrobas de sementes.
33. Empilhou a lenha, cortou o bezerro em pedaços e o colocou sobre a
lenha.
34. Depois disse: “Encham quatro baldes de água e derramem sobre a vítima
e sobre a lenha”. Eles assim fizeram. Então Elias disse: “Façam tudo outra vez”.
E eles tornaram a fazer. Elias voltou a dizer: “Façam isso pela terceira vez”.
Eles assim fizeram.
35. A água escorreu ao redor do altar, e até o canal ficou cheio de água.

36. Chegando a hora da oferta, o profeta Elias se aproximou e rezou:
“Javé, Deus de Abraão, de Isaac e de Israel, todos saibam hoje que tu és Deus em
Israel, que eu sou teu servo e que foi por tua ordem que eu fiz todas essas
coisas.
37. Responde-me, para que este povo reconheça que tu, Javé, és o Deus
verdadeiro, e que és tu que convertes o coração deles”.
38. Então Javé mandou um raio que consumiu a vítima, a lenha, as pedras e
as cinzas, e secou a água que estava no canal.
39. O povo viu tudo isso e prostrou-se no chão, exclamando: “Javé é o
Deus verdadeiro! Javé é o Deus verdadeiro!”
40. Então Elias disse a eles: “Agarrem os profetas de Baal. Não deixem
escapar nenhum”. E eles os agarraram. Elias fez os profetas de Baal descer até o
riacho Quison, e aí os degolou.
41. Elias disse a Acab: “Vá comer e beber, pois já se ouve o barulho da
chuva”.
42. Enquanto Acab foi comer e beber, Elias subiu ao topo do monte Carmelo
e se encurvou até o chão, colocando o rosto entre os joelhos.
43. Depois disse ao seu servo: “Suba e olhe para o lado do mar”. O servo
subiu, olhou e disse: “Não se vê nada”. Elias disse: “Volte até sete vezes”.
44. Na sétima vez, o servo disse: “Uma nuvenzinha, do tamanho da mão de
uma pessoa, vem subindo do mar”. Então Elias mandou: “Vá dizer a Acab que atrele
os cavalos no carro e desça, para que a chuva não o detenha”.
45. Num instante o céu ficou escuro, com nuvens trazidas pelo vento, e
caiu uma chuva pesada. Acab subiu no seu carro e foi para Jezrael.
46. Elias, com a força de Javé, amarrou o cinto e foi correndo na frente
de Acab até a entrada de Jezrael.

[I Reis 19]I Reis 19

O PROFETA REORGANIZA A SOCIEDADE
1. Acab contou a Jezabel o que Elias tinha feito e como tinha matado a
fio de espada todos os profetas.
2. Então Jezabel mandou um mensageiro a Elias, com este recado: “Que os
deuses me castiguem se amanhã, a esta hora, eu não tiver feito com você o mesmo
que você fez com os profetas”.
3. Elias ficou com medo, levantou-se e partiu para se salvar. Chegou a
Bersabéia, em Judá, e aí deixou o seu servo.
4. E continuou a caminhar mais um dia pelo deserto. Por fim, sentou-se
debaixo de uma árvore e desejou a morte, dizendo: “Chega, Javé! Tira a minha
vida, porque eu não sou melhor que meus pais”.
5. Deitou-se debaixo da árvore e dormiu. Então um anjo o tocou e lhe
disse: “Levante-se e coma”.
6. Elias abriu os olhos e viu bem perto da cabeça um pão assado sobre
pedras quentes, e uma jarra de água. Comeu, bebeu e deitou-se outra vez.
7. Mas o anjo de Javé o tocou de novo, e lhe disse: “Levante-se e coma,
pois o caminho é superior às suas forças”.
8. Elias se levantou, comeu, bebeu e, sustentado pela comida, caminhou
quarenta dias e quarenta noites até o Horeb, a montanha de Deus.
9. Elias entrou na gruta da montanha, e aí passou a noite. Então Javé lhe
dirigiu a palavra, perguntando: “Elias, o que é que você está fazendo aqui?”
10. Elias respondeu: “O zelo por Javé dos exércitos me consome, porque os
israelitas abandonaram tua aliança, derrubaram teus altares e mataram teus
profetas. Sobrei somente eu, e eles querem me matar também”.
11. Javé lhe disse: “Saia e fique no alto da montanha, diante de Javé,
pois Javé vai passar”. Então aconteceu um furacão que de tão violento rachava as
montanhas e quebrava as rochas diante de Javé. No entanto, Javé não estava no
furacão. Depois do furacão, houve um terremoto. Javé porém não estava no
terremoto.
12. Depois do terremoto, apareceu fogo, e Javé não estava no fogo. Depois
do fogo, ouviu-se uma brisa suave.
13. Ouvindo-a, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e ficou na entrada
da gruta. Ouviu, então, uma voz que lhe dizia: “O que é que você está fazendo
aqui, Elias?”
14. E Elias respondeu: “O zelo de Javé dos exércitos me consome, porque
os israelitas abandonaram tua aliança, derrubaram teus altares e mataram teus
profetas a fio de espada. Sobrei somente eu, e eles querem me matar também”.
15. Javé disse a Elias: “Pegue o caminho de volta, em direção ao deserto
de Damasco. Unja Hazael como rei de Aram,
16. e Jeú, filho de Namsi, como rei de Israel. Unja também Eliseu, filho
de Safat, natural de Abel-Meúla, como profeta em seu lugar.
17. Quem escapar da espada de Hazael, será morto por Jeú. E quem escapar
da espada de Jeú, será morto por Eliseu.
18. Mas eu vou poupar em Israel sete mil homens: são todos os joelhos que
não se dobraram diante de Baal e todos os lábios que não o beijaram”.

A VOCAÇÃO PROFÉTICA
19. Elias partiu daí e encontrou Eliseu, filho de Safat, trabalhando com
doze juntas de bois. Ele próprio dirigia a última junta. Elias passou perto de
Eliseu e jogou o manto sobre ele.
20. Eliseu deixou os bois, correu atrás de Elias, e disse: “Deixe-me
dizer adeus a meus pais. Depois eu seguirei você”. Elias respondeu: “Vá, mas
volte logo. Quem o está impedindo de ir?”
21. Eliseu afastou-se de Elias, pegou a junta de bois e a ofereceu em
sacrifício. Aproveitou a madeira do arado para cozinhar a carne, e distribuiu a
carne para o seu pessoal comer. Depois levantou-se, seguiu Elias, e se colocou a
seu serviço.

[I Reis 20]I Reis 20

A AUTORIDADE NÃO PODE SER ARBITRÁRIA
1. Ben-Adad, rei de Aram, reuniu todo o seu exército e, acompanhado de
trinta e dois reis vassalos, subiu com cavalos e carros, cercou e atacou
Samaria.
2. Mandou até a cidade emissários para Acab, rei de Israel,
3. com a seguinte mensagem: “Assim diz Ben-Adad: Entregue-me a prata e o
ouro; fique com suas mulheres e filhos”.
4. O rei de Israel mandou esta resposta: “Seja como vossa majestade
ordena. Eu lhe pertenço com tudo o que possuo”.
5. No entanto os mensageiros voltaram com outra mensagem: “Assim diz
Ben-Adad: Eu lhe ordeno que me entregue a prata e o ouro, junto com suas
mulheres e filhos.
6. Amanhã, a esta hora, enviarei até você meus oficiais, para revistar
seu palácio e os palácios de seus ministros: eles pegarão o que quiserem e
levarão embora”.
7. Então o rei de Israel convocou todos os anciãos do país e lhes disse:
“Reparem e vejam que esse homem quer nos arruinar. Está exigindo de mim as
minhas mulheres e filhos, apesar de eu não lhe ter recusado entregar minha prata
e ouro”.
8. Todos os anciãos e o povo todo responderam: “Não faça caso dele nem
lhe obedeça”.
9. Então o rei de Israel deu esta resposta aos mensageiros de Ben-Adad:
“Digam à sua majestade: Farei o que o senhor propôs na primeira vez, mas não
posso aceitar essa última exigência”. E os mensageiros foram levar a resposta.

10. Então Ben-Adad mandou esta mensagem: “Que os deuses me castiguem se
na Samaria houver pó suficiente para que cada um dos meus soldados possa pegar
um punhado”.
11. Mas o rei de Israel respondeu: “Digam a Ben-Adad que ninguém canta
vitória com a espada na bainha, e sim quando a desembainha”.
12. Ben-Adad estava bebendo na tenda com os reis. Quando ouviu a
resposta, ordenou aos oficiais: “A postos!” E eles tomaram posição contra a
cidade.
13. Enquanto isso, um profeta se apresentou a Acab, rei de Israel, e
disse: “Assim diz Javé: Você está vendo aquele exército imenso? Pois bem! Eu vou
entregá-lo hoje mesmo em suas mãos, para que você reconheça que eu sou Javé”.

14. Acab lhe perguntou: “Por meio de quem?” O profeta respondeu: “Assim
diz Javé: Por meio dos soldados jovens de cada chefe das províncias”. Acab
insistiu: “Quem vai atacar primeiro?” Ele respondeu: “Você mesmo”.
15. Acab passou revista aos jovens soldados de cada chefe das províncias:
eram ao todo duzentos e trinta e dois. Em seguida, passou revista a todo o
exército israelita, que chegava a sete mil.
16. Ao meio-dia, fizeram uma investida, enquanto Ben-Adad estava se
embebedando junto com os trinta e dois reis aliados.
17. Saíram primeiro os soldados jovens de cada chefe das províncias.
Então mandaram avisar Ben-Adad: “Saíram alguns homens de Samaria”.
18. Ben-Adad ordenou: “Se saírem com intenção pacífica, sejam capturados
vivos. E se saírem para combater, sejam capturados vivos também”.
19. Então saíram da cidade os soldados jovens de cada chefe das
províncias, seguidos pelo exército,
20. e cada um deles abateu o seu adversário. Os arameus fugiram,
perseguidos pelos israelitas. Ben-Adad, rei de Aram, escapou a cavalo com alguns
cavaleiros.
21. Então o rei de Israel saiu, apoderou-se dos cavalos e carros, e
causou grande derrota aos arameus.
22. O profeta se aproximou do rei de Israel e lhe disse: “Coragem! Pense
bem no que você deve fazer, porque, no ano que vem, o rei de Aram virá atacá-lo
novamente”.
23. Os ministros do rei de Aram, por sua vez, propuseram: “O Deus dessa
gente é um Deus de montanha. É por isso que nos venceram. Mas nós vamos lutar
contra eles na planície e, com toda a certeza, venceremos.
24. Faça o seguinte: deponha todos esses reis, substituindo-os por
governadores.
25. Recrute um exército como aquele que você perdeu, com o mesmo número
de cavalos e carros. Depois, vamos combatê-los na planície e, com toda a
certeza, venceremos”. Ben-Adad seguiu o conselho deles e assim fez.
26. No ano seguinte, Ben-Adad passou revista aos arameus e subiu a Afec,
para lutar contra Israel.
27. Os israelitas, mobilizados e providos de víveres, saíram ao encontro
de Ben-Adad. Acampados diante do inimigo, os israelitas eram como dois rebanhos
de cabras, enquanto os arameus enchiam a região toda.
28. O homem de Deus se aproximou do rei de Israel e lhe disse: “Assim diz
Javé: Os arameus disseram que Javé é um Deus de montanha e não de planície. Por
isso, eu vou entregar a você esse exército imenso, para que você reconheça que
eu sou Javé”.
29. Durante sete dias, os dois exércitos estiveram acampados um na frente
do outro. No sétimo dia começou a batalha, e num só dia os israelitas mataram
cem mil soldados da infantaria dos arameus.
30. Os sobreviventes fugiram para a cidade de Afec, porém as muralhas
desabaram sobre os vinte e sete mil homens que tinham sobrado. Ben-Adad fugiu e,
entrando na cidade, se escondia de casa em casa.
31. Seus ministros lhe disseram: “Olhe, ouvimos dizer que os reis de
Israel são misericordiosos. Vamos vestir-nos com pano de saco, amarrar cordas no
pescoço e ir ao encontro do rei de Israel. Talvez ele conserve a sua vida”.
32. Vestiram-se, então, com pano de saco, amarraram cordas no pescoço e
saíram ao encontro do rei de Israel, dizendo: “Assim diz o seu servo Ben-Adad:
Deixe-me viver!” O rei respondeu: “Ben-Adad ainda está vivo? Ele é meu irmão!”

33. Os mensageiros acolheram essas palavras como bom augúrio, e se
apressaram a tomá-las ao pé da letra, dizendo: “Ben-Adad é irmão dele!” Acab
respondeu: “Vão buscá-lo”. Ben-Adad foi até Acab, e este o fez subir em seu
carro.
34. Então Ben-Adad lhe propôs: “Vou devolver a você as cidades que meu
pai tomou de seu pai, e você poderá ter mercados em Damasco como meu pai tinha
na cidade de Samaria”. Acab respondeu: “Vou fazer um pacto e deixá-lo em
liberdade”. E Acab fez um pacto com Ben-Adad e o deixou em liberdade.
35. Então um dos filhos de profetas disse a um companheiro seu, por ordem
de Javé: “Fira-me!” Mas o companheiro não o quis ferir.
36. O profeta lhe disse: “Porque você não obedeceu à ordem de Javé, um
leão o matará logo que você se separar de mim”. E enquanto ele se afastava,
encontrou um leão, que o matou.
37. O profeta encontrou-se com outro homem, e disse: “Fira-me!” O homem
deu-lhe um golpe e o deixou ferido.
38. O profeta foi esperar o rei no caminho, disfarçando-se com uma
atadura sobre os olhos.
39. Quando o rei passou, o profeta gritou: “Seu servo estava no meio da
batalha, quando um homem se aproximou e me entregou outro homem, dizendo-me:
‘Guarde este homem. Se ele desaparecer, você deverá pagar com a vida ou com
dinheiro’.
40. Pois bem, enquanto eu estava ocupado aqui e ali, o homem
desapareceu”. O rei de Israel lhe disse: “Esta é a sua sentença! Você mesmo a
pronunciou”.
41. Então o profeta tirou a atadura que tinha sobre os olhos e o rei de
Israel percebeu que era um profeta.
42. Então ele disse ao rei: “Assim diz Javé: Porque você deixou escapar o
homem que eu tinha consagrado ao extermínio, você pagará com a própria vida a
vida dele, e com o seu exército o exército dele”.
43. O rei de Israel foi para casa triste e aflito, e entrou em Samaria.

[I Reis 21]I Reis 21

GANÂNCIA PRODUZ INJUSTIÇA
1. Depois disso, aconteceu o seguinte: Nabot de Jezrael possuía uma vinha
em Jezrael, perto do palácio de Acab, rei de Samaria.
2. Acab lhe fez uma proposta: “Entregue-me a sua vinha, que eu vou
transformá-la em pomar, porque está perto do meu palácio. Em troca, eu darei a
você uma vinha melhor, ou, se preferir, pagarei o valor dela em dinheiro”.
3. Nabot, porém, respondeu: “Javé me livre de entregar a você a herança
de meus pais”.
4. Acab voltou para casa, aborrecido e irritado por causa da resposta de
Nabot de Jezrael: “Não vou entregar a você a herança de meus pais”. Deitou-se na
cama, virou o rosto para a parede e não quis comer nada.
5. Sua esposa Jezabel aproximou-se e lhe disse: “Por que você está de mau
humor e não quer comer?”
6. Ele respondeu: “É que eu falei com Nabot de Jezrael e lhe propus que
me vendesse a vinha dele, ou, se preferisse, que trocasse por uma outra, mas ele
me disse: ‘Não vou entregar a minha vinha a você’ “.
7. Então Jezabel disse ao marido: “Será que não é você quem governa
Israel? Levante-se, coma, e seu coração se alegre, pois eu entregarei a você a
vinha de Nabot de Jezrael”.
8. Então Jezabel escreveu umas cartas em nome de Acab, selou-as com o
selo do rei e as mandou aos anciãos e notáveis da cidade, concidadãos de Nabot.

9. As cartas diziam: “Proclamem um jejum e façam Nabot sentar-se nos
primeiros lugares.
10. Façam comparecer diante dele dois homens sem escrúpulo, para fazer a
seguinte acusação: ‘Você amaldiçoou a Deus e ao rei!’ Depois, levem Nabot para
fora e o apedrejem até morrer”.
11. Os homens da cidade, anciãos e notáveis, concidadãos de Nabot,
fizeram como Jezabel tinha mandado, conforme estava escrito nas cartas que
haviam recebido:
12. proclamaram um jejum e colocaram Nabot nos primeiros lugares.
13. Então chegaram os dois homens sem escrúpulo, que se sentaram diante
de Nabot e testemunharam contra ele, dizendo: “Nabot amaldiçoou a Deus e ao
rei!” Então o levaram para fora da cidade, o apedrejaram, e ele morreu.
14. Depois, mandaram a notícia a Jezabel: “Nabot foi apedrejado e está
morto”.
15. Quando Jezabel soube que Nabot tinha sido apedrejado e morrera, disse
a Acab: “Levante-se e tome posse da vinha de Nabot de Jezrael, que não quis
vender a vinha para você. Nabot não está mais vivo; ele morreu”.
16. Quando Acab soube que Nabot estava morto, levantou-se para descer até
a vinha de Nabot de Jezrael, a fim de tomar posse dela.
17. Então Javé dirigiu a palavra a Elias, o tesbita:
18. “Levante-se e desça ao encontro de Acab, rei de Israel, que está em
Samaria. Ele está na vinha de Nabot, aonde foi para tomar posse.
19. Diga-lhe: Assim diz Javé: Você matou, e ainda por cima está roubando?
Por isso, assim diz Javé: No mesmo lugar em que os cães lamberam o sangue de
Nabot, lamberão também o seu”.
20. Acab disse a Elias: “Então, meu inimigo, você me surpreendeu?” Elias
respondeu: “Sim, eu surpreendi você. Pois você se deixou subornar para fazer o
que Javé reprova.
21. Por isso, farei cair sobre você a desgraça. Vou deixá-lo sem
descendência, vou exterminar todo israelita da sua família, escravo ou livre que
urina na parede.
22. Farei com sua casa como fiz com a casa de Jeroboão, filho de Nabat, e
com a casa de Baasa, filho de Aías, porque você provocou a minha ira e fez
Israel pecar”.
23. Javé também pronunciou uma sentença contra Jezabel: “Os cães
devorarão Jezabel no campo de Jezrael.
24. A pessoa da família de Acab que morrer na cidade será devorada pelos
cães, e quem morrer no campo será comido pelas aves do céu”.
25. De fato, não houve ninguém que se tivesse vendido como Acab, incitado
por sua mulher Jezabel, para fazer o que Javé reprova.
26. Ele agiu de modo abominável, cultuando ídolos, como faziam os
amorreus que Javé tinha expulsado diante dos israelitas.
27. Quando Acab ouviu essas palavras, rasgou as roupas, vestiu-se com
pano de saco e fez jejum. Dormia vestido de pano de saco e andava abatido.
28. Então Javé dirigiu a palavra a Elias, o tesbita:
29. “Você viu como Acab se humilhou diante de mim? Por se ter humilhado
diante de mim, eu não o castigarei durante a sua vida; mas castigarei a sua
família no tempo do seu filho”.

[I Reis 22]I Reis 22

O PROFETA É REALISTA
1. Passaram-se três anos sem que houvesse guerra entre Aram e Israel.
2. No terceiro ano, Josafá, rei de Judá, foi visitar o rei de Israel.
3. Este disse a seus próprios ministros: “Vocês sabem que Ramot de Galaad
nos pertence, e nós não fazemos nada para recuperá-la das mãos do rei de Aram”.

4. Então o rei de Israel disse a Josafá: “Você quer vir comigo para
guerrear contra Ramot de Galaad?” Josafá respondeu ao rei de Israel: “Você e eu,
seu exército e o meu, sua cavalaria e a minha, somos todos um só”.
5. E acrescentou: “Consulte antes o oráculo de Javé”.
6. O rei de Israel reuniu os profetas, cerca de quatrocentos homens, e
lhes perguntou: “Devo atacar Ramot de Galaad, ou não?” Eles responderam: “Pode
ir, porque Javé a entregará nas mãos do rei”.
7. Então Josafá perguntou: “Por acaso não existe aqui nenhum outro
profeta de Javé, para que possamos consultá-lo?”
8. O rei de Israel respondeu a Josafá: “Existe ainda um: é Miquéias,
filho de Jemla, através do qual podemos consultar a Javé. Mas eu não gosto dele,
porque nunca me profetiza coisas boas, mas só desgraças”. Josafá disse: “O rei
não deve falar assim!”
9. Então o rei de Israel chamou um funcionário e ordenou: “Chame depressa
Miquéias, filho de Jemla”.
10. O rei de Israel e Josafá, rei de Judá, estavam sentados em seus
tronos com vestes reais, na praça junto à porta de Samaria, e todos os profetas
profetizavam diante deles.
11. Sedecias, filho de Canaana, fez para si chifres de ferro e disse:
“Assim diz Javé: Com isso, você ferirá os arameus até acabar com eles”.
12. E todos os profetas faziam a mesma predição, dizendo: “Ataque Ramot
de Galaad. Você triunfará, porque Javé vai entregá-la nas mãos do rei”.
13. Enquanto isso, o mensageiro que tinha ido chamar Miquéias disse ao
profeta: “Veja bem! Todos os profetas estão falando em favor do rei. Procure
falar como eles e predizer o sucesso”.
14. Miquéias respondeu: “Pela vida de Javé! Vou dizer o que Javé me
mandar”.
15. Quando Miquéias se apresentou ao rei, este lhe perguntou: “Miquéias,
podemos atacar Ramot de Galaad, ou não?” Miquéias respondeu: “Pode ir. Você será
bem sucedido. Javé vai entregá-la nas mãos do rei”.
16. Mas o rei lhe perguntou: “Quantas vezes terei de pedir para você
jurar que está falando somente a verdade em nome de Javé?”
17. Então Miquéias disse ao rei: “Estou vendo Israel espalhado pelas
montanhas, como ovelhas sem pastor. E Javé me disse: Eles não têm mais senhor.
Que cada um volte em paz para casa”.
18. O rei de Israel comentou então com Josafá: “Eu não disse a você? Ele
nunca me profetiza boa sorte, mas sempre desgraça”.
19. Miquéias replicou: “Ouça a palavra de Javé. Eu vi Javé sentado em seu
trono, e todo o exército do céu estava em pé, à direita e à esquerda de Javé.

20. E Javé perguntou: ‘Quem poderá enganar Acab, para que ele vá e morra
em Ramot de Galaad?’ Uns diziam uma coisa, e outros diziam outra.
21. Então um espírito se aproximou, ficou diante de Javé, e disse: ‘Eu
posso enganá-lo’. Javé lhe perguntou: ‘De que modo?’
22. Ele respondeu: ‘Irei e me transformarei em oráculo falso na boca de
todos os profetas’. Javé lhe disse. ‘Você conseguirá enganá-lo. Vá e faça isso’.

23. Como você pode ver, Javé colocou oráculos falsos na boca de todos
esses profetas do rei, porque Javé decretou a ruína do rei”.
24. Então Sedecias, filho de Canaana, aproximou-se de Miquéias, deu-lhe
um tapa e disse: “Qual é o caminho por onde o espírito de Javé saiu de mim para
falar a você?”
25. Miquéias respondeu: “Você o verá no dia em que tiver de andar de casa
em casa para se esconder”.
26. Então o rei de Israel ordenou: “Prenda Miquéias e o leve ao
governador Amon e ao príncipe Joás.
27. Você dirá a eles: ‘Por ordem do rei, ponham esse homem na prisão e o
tratem a pão e água, até que o rei volte vitorioso’ “.
28. Miquéias disse: “Se você voltar vitorioso, Javé não falou por minha
boca”.
29. O rei de Israel e Josafá, rei de Judá, marcharam contra Ramot de
Galaad.
30. O rei de Israel disse a Josafá: “Vou me disfarçar antes de entrar em
combate. Você, porém, vá com sua roupa”. E o rei de Israel se disfarçou e foi
para o combate.
31. O rei de Aram tinha ordenado aos comandantes dos carros que não
atacassem a ninguém nem pequeno nem grande, mas somente o rei de Israel.
32. Quando os comandantes dos carros viram Josafá, comentaram: “Esse é o
rei de Israel”. E se lançaram contra ele. Mas Josafá deu o grito de guerra
33. e os comandantes dos carros viram que ele não era o rei de Israel, e
pararam de persegui-lo.
34. Um soldado atirou com o arco, ao acaso, e atingiu o rei de Israel
numa brecha da couraça. O rei disse ao condutor de seu carro: “Dê a volta e
tire-me do campo de batalha, porque estou ferido”.
35. Mas, nesse dia, o combate se tornou mais violento, de modo que
seguraram o rei de pé sobre seu carro, diante dos arameus. E ele morreu ao
entardecer. O sangue de sua ferida escorria no fundo do carro.
36. Ao pôr-do-sol, um grito correu pelo acampamento: “Cada um volte para
sua cidade e para sua terra!
37. O rei está morto!” E o levaram para Samaria, e aí o enterraram.
38. Lavaram o carro na piscina de Samaria, os cães lamberam o sangue dele
e as prostitutas aí se lavaram, como Javé havia anunciado.
39. O resto da história de Acab e do que ele fez, o palácio de marfim e
as cidades que construiu, tudo está escrito nos Anais dos Reis de Israel.
40. Acab morreu, e seu filho Ocozias lhe sucedeu no trono.

JOSAFÁ DE JUDÁ, TEMPO DE PAZ
41. Josafá, filho de Asa, tornou-se rei de Judá no quarto ano do reinado
de Acab, rei de Israel.
42. Quando subiu ao trono, Josafá tinha trinta e cinco anos, e reinou
durante vinte e cinco anos em Jerusalém. Sua mãe se chamava Azuba, filha de
Selaqui.
43. Ele seguiu em tudo o comportamento de seu pai Asa, sem desviar-se,
fazendo o que Javé aprova.
44. Entretanto, os lugares altos não desapareceram, e aí nos lugares
altos o povo continuou a oferecer sacrifícios e incenso.
45. Josafá viveu em paz com o rei de Israel.
46. O resto da história de Josafá, as vitórias que obteve e as guerras
que fez, tudo está escrito nos Anais dos Reis de Judá.
47. Ele expulsou do país o resto dos prostitutos sagrados que ainda
sobravam do tempo de seu pai Asa.
48. Não havia rei em Edom. O rei
49. Josafá construiu navios de Társis para ir a Ofir em busca de ouro,
mas não pôde fazer a viagem, porque a frota naufragou em Asiongaber.
50. Então Ocozias, filho de Acab, disse a Josafá: “Meus homens poderiam
ir nos navios com os seus homens”. Josafá, porém, não concordou.
51. Josafá morreu e o enterraram com seus antepassados na Cidade de Davi,
seu antecessor. E seu filho Jorão lhe sucedeu no trono.

OCOZIAS DE ISRAEL
52. Ocozias, filho de Acab, subiu ao trono de Israel, em Samaria, no ano
dezessete de Josafá, rei de Judá. E reinou dois anos sobre Israel.
53. Fez o que Javé reprova, imitando o comportamento de seu pai e de sua
mãe e o exemplo de Jeroboão, filho de Nabat, que levou Israel a pecar.
54. Prestou culto a Baal e o adorou, provocando a ira de Javé, o Deus de
Israel, exatamente como seu pai tinha feito.


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